Humberto: volta às ruas para apoiar demandas sociais é prioridade para o PT

Humberto: vamos reacender a força mobilizadora da sociedadeNa última segunda-feira, a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores reuniu-se pela primeira vez após as eleições que reconduziram Dilma Rousseff à Presidência da República. No encontro, dirigentes e lideranças do partido formularam uma nova Resolução Política com ideias e ações que serão amplamente divulgadas para a militância e todos os direitos municipais e estaduais, para ir à aprovação do Diretório Nacional do partido, que se reunirá dias 28 e 29 de novembro próximos, em Fortaleza.

Líder da bancada do PT no Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE) integra a Executiva Nacional do PT e participou da formulação da Resolução. Nesta entrevista, ele fala sobre as expectativas e reações que o documento deve provocar antes de ir à votação.

Site da Liderança do PT no Senado – Na sua opinião, quais os pontos mais relevantes da Resolução?

Senador Humberto Costa – Creio que um dos primeiros aspectos que devem ser ressaltados é o reconhecimento dos dirigentes e lideranças do partido a todas as chamadas forças progressistas do País. Dilma enfrentou uma batalha duríssima, pois não venceu apenas as forças políticas de direita que se aglutinaram em torno do candidato adversário, mas também o oligopólio de mídia e setores do capital internacional, ambos saudosos do período em que mandavam nos destinos do Estado.

Mas essas mesmas forças derrotadas continuam com ameaças de que irão inviabilizar a continuidade do governo

Essa disposição já foi sinalizada pela petição apresentada pelo PSDB que colocou em dúvida o resultado das urnas. Felizmente, nem todos pensam como o coordenador jurídico da campanha do candidato derrotado – e confessam em privado seu inconformismo com essa atitude. Isso não quer dizer que devemos baixar a guarda – pelo contrário. As manobras golpistas continuam sendo gestadas, agora por forças obscuras do fascismo que pedem o impeachment da presidenta por causa da petição apresentada pelo PSDB e a volta da ditadura militar.

Quais as medidas que podem ser tomadas para enfrentar esses sinais de retrocesso?

Devemos nos organizar e nos mobilizar para enfrentar esses representantes do obscurantismo político. Para isso, precisamos de uma análise real e crua sobre os resultados eleitorais, tanto no âmbito dos estados quanto do País. Temos de olhar com muita atenção como reagiram os setores sociais e movimentos sociais que atuaram de modo determinante para a reeleição da presidenta Dilma. São eles que nos levarão de volta às mobilizações populares pela defesa das causas que sempre foram as mais caras para o PT – os direitos humanos, a democracia, o bem estar social, a soberania nacional e o desenvolvimento econômico sustentável do Brasil. O PT precisa voltar às ruas para reacender a força mobilizadora da sociedade pelas reformas.

A Executiva também definiu ações que devem ser deflagradas imediatamente pelo partido. O senhor pode dizer algo sobre elas?

Sobre a primeira ação definida já falei sobre ela. Vamos voltar às ruas para defender os avanços alcançados nos últimos doze anos de governo e convocar a população em geral para defender a democracia e a reforma política. Os primeiros atos deverão ocorrer já a partir da próxima semana, entre os dias 9 e 15 deste mês.

Também abordei a segunda ação superficialmente. Vamos trabalhar para manter a ampla frente de apoios que a presidenta Dilma Rousseff recebeu na reta final do segundo turno da campanha. O PT se propõe a colaborar com sua experiência e capacidade de organização para movimentos que hoje se encontram esparsos, reunindo  movimentos  sociais, partidos e setores de partidos, intelectuais, representantes dos jovens e sindicalistas em uma ampla frente de defesa do que já foi conquistado e da continuidade do aprofundamento do processo democrático. Esta última ação é de fundamental importância para se contrapor ao movimento fascista nascido em São Paulo, que defende a volta da ditadura militar.

O terceiro ponto sinaliza para a maior atenção que o partido deverá dar para sua estrutura de comunicação social, com decisões práticas que abarcam desde o fortalecimento da Agência de Notícias do PT e sua integração com as mídias digitais, até a garantia de presença permanente do partido nas redes sociais.

O quarto ponto divide-se em duas prioridades políticas: mobilizar a sociedade e a militância em defesa do nosso projeto de reforma política e pela constituição de um ambiente de democracia real das comunicações. O partido está empenhado em defender essas duas bandeiras do partido, ainda que enfrentando oposição brutal do oligopólio de mídia.

O quinto ponto coloca em andamento desde já o planejamento para a grande festa popular que Brasília viverá no dia da posse da presidenta Dilma Rousseff para seu segundo mandato.

O sexto ponto da Resolução reafirma os mais nobres compromissos do PT, que incluem a reforma política precedida de plebiscito, no âmbito de uma Constituinte exclusiva, e a luta pela criação de uma Lei da Mídia Democrática, com a qual se combaterá o nefasto oligopólio do setor

Leia a íntegra da resolução, clicando aqui.

To top