IBGE: acesso à web salta entre os mais pobres

Pesquisa do IBGE revelou que o País está experimentando um acelerado processo de inclusão digital. De 2005 a 2011, o número de brasileiros com acesso à internet mais que dobrou, subindo de 20,9% a 46,5%.








A diminuição das desigualdades é a principal
contribuição para o aumento expressivo da
inclusão digital no País

O Brasil está experimentando um acelerado processo de inclusão digital, segundo dados divulgados, nesta quinta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). De 2005 a 2011, o número de brasileiros com acesso à internet mais que dobrou, subindo de 20,9% a 46,5%. O número de internautas cresceu em todas as classes sociais, mas o impacto maior ocorreu nas classes mais baixas e nas regiões Norte e Nordeste – historicamente conhecidas pelos problemas de desigualdade social e dificuldade de conexão.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, a diminuição das desigualdades é a principal contribuição para o aumento expressivo da inclusão digital no País. “Esse processo que o País tem vivido nos últimos anos de redução da pobreza, [de] aumento da qualidade do emprego, do poder de compra, esse conjunto de fatores socioeconômicos tem propiciado a essa população maior acesso à internet”, destacou, ao ressaltar que o aumento da escolaridade foi decisivo para o crescimento do número de internautas. “[Mesmo] sem saber ler nem escrever, você tem acesso à televisão, [mas] à internet, não. Você tem que saber ler e escrever e saber o que fazer ali dentro”, enfatizou.

Fator escolaridade
Na análise da escolaridade dos internautas, observou-se que, de 2005 para 2011, no grupo dos sem instrução e com menos de quatro anos de estudo, o percentual passou de 2,5% para 11,8%. No mesmo período, no grupo com 15 ou mais anos de estudo, a estimativa aumentou de 76,1% para 90,2%.

A participação dos estudantes entre os que usaram a internet no período pesquisado diminuiu de 43,4% em 2005 para 35,1% em 2011. A redução é explicada, principalmente, por dois fatores: maior aumento de usuários entre os não estudantes (aumento de 179,7%); e queda de 3,2% observada no contingente total de estudantes – devido ao envelhecimento da população.

Em 2011, dos 29,2 milhões de estudantes da rede pública, 19,2 milhões (65,8%) usaram a internet. Já entre os 8,4 milhões de estudantes da rede privada, 8,1 milhões (96,2%) usaram a internet. Em 2005, 24,1% dos estudantes da rede pública e 82,4% da rede privada utilizaram a internet.

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Divisão regional
São das regiões Norte e Nordeste os dez estados onde a população conectada à web mais expandiu, embora ainda sejam as regiões com os menores índices de acesso do País. Em 2005 aproximadamente 12% da população dessas regiões tinham acesso à internet, percentual saltou, em 2011, para 35,4% no Norte e 34% no Nordeste. A medida proporcional triplicou, enquanto nas demais regiões o índice, em média, duplicou durante este período. Ainda assim, em 2011, os percentuais do Norte e do Nordeste estavam bem abaixo dos registrados nas regiões Sudeste (54,2%), Centro-Oeste (53,1%) e Sul (50,1%).

Alagoas é o estado que merece maior destaque, porque conseguiu quintuplicar o número de internautas em seis anos, para 903 mil. Com isso, o acesso à rede aumentou de 7,6% para 34,3%, tirando o estado da lanterna no ranking. Mas, apesar do avanço, Alagoas ainda possui a quinta pior taxa de acesso do País.

O Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior percentual de internautas, com 71,1% da população conectada à internet. “A configuração tanto de mercado de trabalho quanto de poder de compra justifica esse percentual tão grande em Brasília”, comentou o coordenador da pesquisa. “Se tirar Brasília, o percentual do Centro-Oeste cai muito”, disse Azevedo.

Veja a íntegra da pesquisa  

Catharine Rocha

Foto: Unisinos

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