Brasileiro compromete mais orçamentos com saúde E Gasto com habitação é o que mais pesa para o brasileiro
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (14/09), estudo Perfil das Despesas no Brasil – Indicadores Selecionados, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que visitou cerca de 60 mil domicílios urbanos e rurais, entre maio de 2008 e maio de 2009.
Há dados sobre despesas das famílias (habitação, alimentação, transporte, saúde, educação, impostos etc), segundo características da pessoa de referência, como idade, posição na ocupação e religião, bem como pelo tipo de família (unipessoal, casal com filhos, casal sem filhos, mulher sem cônjuge com filhos etc). Além disso, traz informações inéditas sobre gastos com saúde, viagens e características do entorno dos domicílios.
Famílias gastaram em média R$ 50,16 por mês com viagens
A despesa média familiar com viagens esporádicas foi de R$ 50,16. Para as famílias com rendimentos de mais de R$ 3.015,00 mensais, a despesa média foi de R$ 147,63, quase o triplo da média nacional e quase dezoito vezes o gasto estimado para as famílias com renda mensal de até R$ 910,00, que gastaram em média R$ 8,46.
O gasto com transporte nestas viagens correspondeu a 48,7%, sendo esse o maior peso em todas as classes de rendimentos, chegando próximo a 70% para os dois primeiros quartos de renda (até R$ 910,00 e entre R$ 910,00 e R$ 1.581,00). O segundo item com maior peso foi alimentação, com 22,6%. Os itens pacotes turísticos (média 12,8%) e alojamento e aluguel de imóveis por temporada (média 11,6%) tiveram participação bem mais significativa nas despesas das famílias do último quarto de renda (mais de R$ 3.015,00), 16,2% e 13,9%.
Maior escolaridade está relacionada a maior gastos com viagens
Segundo o IBGE, observou-se que, para as famílias cujo nível de escolaridade da pessoa de referência era de pelo menos o nível médio incompleto, a estimativa de despesa média mensal familiar foi de R$ 187,61, quase quatro vezes a estimativa nacional (R$ 50,16) e mais de oito vezes a estimativa das famílias cuja escolaridade da pessoa referência era o nível fundamental ou menos. Também se observou que, para as famílias com pessoa de referência no grupo de escolaridade com pelo menos o nível médio incompleto, as participações de pacotes turísticos (19,2%) e alojamento e aluguel de imóveis por temporada (15,0%) eram significativamente maiores do que para aquelas com pessoa de referência com escolaridade de nível fundamental ou menos (4,1% e 5,8%, respectivamente).
Maioria dos gastos está associada a viagens por motivo de férias
Os dados revelaram que os gastos de viagem foram lazer, recreio e férias (37,9%), seguido por visita a parentes e amigos (22,3%), negócios e motivos profissionais(15,8%) e tratamentos médicos (8%). Os negócios e motivos profissionais apresentaram percentuais significativos nas regiões Norte (26,7%) e Nordeste (22%), enquanto visita a parentes e amigos se destacou no Sudeste (22,6%), Sul (25,4%) e Centro-Oeste (25,5%).
Brasileiro compromete mais orçamentos com saúde
O gasto dos brasileiros com saúde aumentou de 7% do orçamento familiar, no período de 2002 e 2003, para 7,2%, em 2008 e 2009, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Perfil das Despesas do Brasil. Este aumento foi puxado pelas regiões Sudeste, cujos gastos passaram de 7,5% para 7,9% no período, e Sul, que passou de 6,6% para 7%. Já nas outras regiões, os gastos com saúde passaram a representar uma parte menor de seus orçamentos: Nordeste (que passaram de 5,4% para 4,9%), Nordeste (de 6,6% para 6,5%) e Centro-Oeste (de 6,8% para 6,4%).
Em termos absolutos, o brasileiro gastava, em média, R$ 153,81 por mês com saúde no período de 2008 e 2009. Na Região Sudeste, o gasto é maior: R$ 198,89. Já a Região Norte é o local onde os brasileiros gastam menos: R$ 82,22. Há diferença também entre áreas urbanas e rurais: os moradores das cidades gastam R$ 167,58 por mês, mais que o dobro gasto pelos moradores do campo (R$ 79,19).
A maior parte do gasto é com remédios (48,6%) e planos de saúde (29,8%). Outras despesas representam menos de 5%, cada um, como consulta e tratamento dentário, consultas médicas e hospitalização. Tanto os gastos com remédios quanto com planos de saúde aumentaram em relação ao período de 2002 e 2003, quando os itens representavam, respectivamente, 44,9% e 25,9% dos orçamentos destinados à saúde.
Na pesquisa de 2008 e 2009, o IBGE observou que há diferenças nos gastos com saúde por faixas de renda. As famílias de menor rendimento gastaram 74,2% de seus orçamentos de saúde com remédios, enquanto para aqueles de maior renda, os remédios representaram apenas 33,6% dos gastos com saúde.
Gasto com habitação é o que mais pesa para o brasileiro
Na média nacional, famílias gastam 29,2% com moradia; em segundo lugar, vem o item alimentação, com 16,1%. A despesa média mensal com habitação é de R$ 765,89. Nas famílias formadas por uma única pessoa, esse item chega a absorver 35,4% do total de despesas totais e, nas famílias em que a pessoa de referência é mulher vivendo com seus filhos sem a presença de cônjuge os valores gastos representaram 32,4% do total de despesas. Em seguida, vêm famílias formadas por casais sem filhos (29,9%), casais com filhos e outro parente (27,4%) e casais com filhos (27,3%).
Já as despesas com alimentação, há um certo equilíbrio entre os diversos tipos de famílias. Para famílias compostas por casal com filhos e outros parentes, por exemplo, essa despesa chegou a 18,2% do gasto familiar, enquanto os domicílios com casal e filhos a despesa foi de 16,3%.
No que diz respeito ao gasto com transporte, a média dos gastos foi de 16%. Transporte teve maior peso para as famílias compostas por casal com filhos (17,7%)
Com agências onlines e IBGE
Veja a pesquisa completa do IBGE