Impeachment tenta salvar pescoços de gente atolada na corrupção, diz Fátima

Impeachment tenta salvar pescoços de gente atolada na corrupção, diz Fátima

Fátima: “Está ficando claro que o objetivo desse processo é acabar com o combate à corrupção e salvar uma dezena de pescoços de gente que está atolada na lama da corrupção”A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) repudiou, nesta quinta-feira (2), em plenário, a condução dos trabalhos da Comissão do Impeachment que, segundo ela, está violando o direito sacramentado e fundamental de defesa. Na reunião da manhã de hoje, o relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) apresentou uma proposta que encurta para 45 dias o prazo de defesa da presidenta Dilma Rousseff. Além disso, diversos requerimentos apresentados por parte dos senadores contrários ao golpe foram rejeitados pelo relator.

“Pedidos importantíssimos da defesa e que são elementos centrais para aprofundar o debate e para a análise do recurso foram simplesmente ignorados pelo relator Antônio Anastasia”, explicou.

Dentre os pedidos negados pelo colegiado, está a delação premiada de Sérgio Machado, onde se encontra o áudio que registra uma conversa do ex-presidente da Transpetro com o então ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR).

“O senador Romero Jucá, nesses áudios, defende claramente a troca de governo, ou seja, defende a retirada da presidenta Dilma do poder para – palavras dele – estancar a sangria”, lembrou a senadora. “Os áudios que comprovam o que temos afirmado aqui, que é o fato de esse impeachment se tratar de um golpe, porque ele não tem embasamento jurídico e, portanto, não tem embasamento político”, emendou.

Com a divulgação desses áudios, segundo Fátima, ficou claro que Temer e os articuladores desse golpe estão cada vez mais nervosos, “com os nervos à flor da pele”. A senadora criticou de forma veemente a tentativa de se encurtar o prazo da comissão, que pode ser de até 180 dias, para apenas 45.

“Essa é uma das razões pelas quais eles querem transformar a comissão processante, nessa segunda e última fase, que é a fase do mérito, num verdadeiro tribunal de exceção e isso suja a história deste Senado Federal, suja a honra do Parlamento brasileiro”, lamentou.

Para a senadora, uma das explicações para a rapidez nos trabalhos do colegiado pode ser o medo de que o “governo usurpador” sucumba, se lhe for dado um prazo maior, por suas próprias incompetências e contradições. Fátima lembrou que, com menos de um mês no poder, a população vê a queda de um ministro por semana, inclusive, envolvido em tentativas graves de barrar investigações, como a própria operação Lava Jato.

“Está ficando claro que o objetivo desse processo é acabar com o combate à corrupção que vem sendo feito e salvar uma dezena de pescoços de gente que está atolada na lama da corrupção e que não quer que as investigações cheguem a eles”, disse.

Ao final do discurso, a senadora enfatizou que continuará “lançando mão de todos os recursos disponíveis, para que se possa desconstruir essa fraude jurídica, essa farsa política que é esse golpe em curso, travestido de impeachment”, finalizou.

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