Taxa de desocupação era de 12,6% em 2002 ao passo que em 2016 esse percentual é de 8,2%“Desemprego atinge 11,4 milhões de pessoas”. Foi com essa informação desesperançosa que o Brasil começou esta terça-feira 31. Mas antes que o receio de entrar para essa estatística tome de sobressalto a população é importante esclarecer que esse número foi supervalorizado ao gosto da nossa imprensa tupiniquim adepta ao modelo “quanto pior, melhor”.
A verdade irrefutável é que o governo Fernando Henrique Cardoso foi e continua sendo o campeão em desempregados, com uma taxa de desocupação de 12,6% em 2002 ao passo que em 2016 esse percentual é de 8,2%, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada pela última vez em março.
O que os dados divulgados hoje como parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram claramente é que houve queda em empregos formais. Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas ficaram sem carteira assinada em um ano. Este é sim um número a ser lamentado, mas muito longe da instabilidade causada pelo número repetido nas manchetes.
Os tais 11,4 milhões de desempregados referem-se à estimativa feita com base em pessoas que não têm trabalho e procuraram algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. Ou seja, esse número contempla pessoas que nunca trabalharam, como jovens que estão atrás do primeiro emprego, ou que estavam afastadas do mercado de trabalho, como trabalhadores que decidiram parar de trabalhar para estudar ou cuidar da família, por exemplo.
Ademais, a pesquisa existe em um intervalo muito pequeno: apenas quatro anos. Começou a ser feita em 2012. O que quer dizer que ela só compara o governo Dilma Rousseff com o governo Dilma Rousseff. O que tonar ainda mais ridículos os títulos que trazem a palavra “recorde”.