Inclusão abre perspectiva para agricultores em situação de extrema pobreza

Inclusão abre perspectiva para agricultores em situação de extrema pobreza

Programa de Fomento, do Brasil Sem Miséria, beneficia 286 mil famílias que vivem no campo – das quais 194 mil no Nordeste e 59 mil no Norte.

As famílias beneficiárias têm acompanhamento
individualizado e continuado de técnicos, que dão
apoio especializado com o objetivo de aumentar a
produção, a qualidade e o valor dos produtos (EBC)

Com o lançamento do Plano Brasil Sem Miséria em 2011, o governo federal criou uma rota de inclusão produtiva para retirar da extrema pobreza agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais. Um dos componentes dessa estratégia é o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais, que já está beneficiando mais de 286 mil famílias no país.

Em uma única ação, o governo federal reúne, de forma inovadora, os serviços de assistência técnica e extensão rural e a transferência de recursos não reembolsáveis e de sementes para que as famílias agricultoras em situação de extrema pobreza desenvolvam suas atividades produtivas e ampliem a produção de alimentos.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirma que, embora apenas 15% dos brasileiros estejam na zona rural, metade da população em extrema pobreza na época do lançamento do Brasil Sem Miséria vivia no campo. “Por isso, a política do governo para a superação da miséria requer uma estratégia específica para lidar com a pobreza no meio rural, ajudando as famílias a produzir mais e melhor e a comercializar seus produtos”, ressalta.

Para apoiar a estruturação da produção familiar, o governo federal contrata serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) para o atendimento de agricultores extremamente pobres registrados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. “Isso ajuda a aumentar a quantidade, a qualidade e o valor dos produtos”, destaca Tereza. “As famílias podem assim ter bons alimentos para consumo próprio, melhorando sua situação nutricional, e gerar excedentes para comercializar, aumentando renda e qualidade de vida”, aponta.

As famílias beneficiárias têm acompanhamento individualizado e continuado de técnicos, que dão apoio especializado com o objetivo de aumentar a produção, a qualidade e o valor dos produtos. Dessa forma, conseguem produzir mais, melhoram a alimentação e geram excedentes com qualidade para serem vendidos. O trabalho desenvolvido pelos técnicos leva em consideração não apenas os processos de produção, mas também, a situação de vulnerabilidade social em que vivem as famílias atendidas.

Do total de famílias beneficiadas, 68,8 mil já começaram a receber os recursos para desenvolver seus projetos produtivos em conjunto com os técnicos agrícolas. Elas recebem R$ 2,4 mil, pagos em duas ou três parcelas, por meio do cartão do Bolsa Família. O recurso, que não precisa ser reembolsado, é destinado à aquisição de insumos e equipamentos. Os projetos produtivos têm atividades voltadas, principalmente, à criação de pequenos animais (porcos, aves, cabras e ovelhas), bovinocultura e horticultura.

O programa tem como público agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais em situação de extrema pobreza, que antes eram invisíveis ao poder público, especialmente, às políticas agrícolas. Para chegar até elas, o programa utiliza o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e o Bolsa Família.

A maioria das famílias atendidas está nas regiões Nordeste e Norte. No Nordeste, estão sendo beneficiadas 194,3 mil famílias agricultoras e no Norte, 59 mil. A Bahia é o estado com maior número de beneficiários, chegando a 49,8 mil famílias. Em seguida, estão o Ceará (39,6 mil), Pará (27,6 mil), Maranhão (25,3 mil) e Pernambuco (23 mil).

Rota
O Programa de Fomento, executado pelos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Desenvolvimento Agrário (MDA), faz parte da rota de inclusão produtiva rural do Brasil Sem Miséria, que promove, por exemplo, o acesso de agricultores familiares mais pobres à água, por meio do programa Água para Todos, com a implantação de cisternas no Semiárido e à energia elétrica, por meio do programa Luz para Todos, entre outros.

Com água e luz para produzir, as famílias passam a ter acesso à assistência técnica gratuita e à transferência de recursos financeiros não reembolsáveis para o investimento nas atividades produtivas do Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais.

Na última etapa, promove-se o acesso dos agricultores familiares aos mercados, ampliando os canais de comercialização a que essas famílias têm acesso. Um deles é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra alimentos produzidos pelos agricultores familiares e os destina a entidades socioassistenciais que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.

Estratégias
O Plano Brasil Sem Miséria foi criado com um objetivo ambicioso: superar a extrema pobreza até o final de 2014, por meio da qualificação do trabalho, da produção e do acesso aos mercados. Para isso, o plano se organiza em três eixos: um de garantia de renda, para alívio imediato da situação de extrema pobreza; outro de acesso a serviços públicos, para melhorar as condições de educação, saúde e cidadania das famílias; e um terceiro de inclusão produtiva, para aumentar as capacidades e as oportunidades de trabalho e geração de renda entre as famílias mais pobres.

São dezenas de programas – todos integrados – para que nenhuma família com o perfil do Brasil Sem Miséria fique fora do Cadastro Único e das oportunidades que ele proporciona, como as rotas de inclusão produtiva rural e urbana.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento Social

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