Humberto: “A oposição, quando foi governo, não aprovou nenhuma medida de combate à corrupção”Uma perguntinha marota, maliciosa, vinda de um jornal aparentemente sério, retrata como a oposição está incomodada e não admite que a presidenta Dilma Rousseff adote medidas em favor do Brasil, ainda mais no campo de combate à corrupção. Na tarde desta quarta-feira (18), enquanto o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), concedida entrevista sobre o pacote de medidas lançado hoje, uma repórter quis saber como ele rebatia as críticas da oposição de que são medidas requentadas. Na frenética atividade de repercutir com o candidato derrotado ou por senador paulista que disse que seu desejo é ver a presidenta sangrar, Humberto Costa foi pontual e recordou o que é dolorido para tucanos de baixa, média e alta plumagem: “a oposição quando foi governo não aprovou nenhuma medida de combate à corrupção”.
Para Humberto Costa, a iniciativa da presidenta é mais um passo para que toda a sociedade tenha mecanismos para o combate à impunidade. Confira as perguntas feitas ao líder pelos repórteres:
Repórter de TV – Há novidades nessas medidas, porque várias existem e estão em tramitação aqui no Congresso Nacional. O que elas trazem de novo?
Humberto Costa – Para aquelas que já estão tramitando, a presidenta ofereceu a solicitação de tramitar em regime de urgência. É uma manifestação da intenção de que isso seja rapidamente aprovado. Outras medidas virão ocupar determinadas lacunas que existem na legislação. Essas lacunas acabam permitindo que servidores públicos possam usufruir de bens que adquiriram ilegalmente. A ideia é permitir que se possa colocar à disposição do poder público bens que foram adquiridos sem a devida comprovação da renda. Acho que são projetos importantes que, transformados em lei, vão fortalecer esse combate à corrupção, ao crime organizado e a outras atividades criminosas.
Repórter de TV – Essas medidas são suficientes para acabar com a corrupção?
Não, mas são um passo importante, inclusive é uma promessa que a presidenta Dilma apresentou na campanha eleitoral. Nós certamente precisamos de outras ações e ela deixou absolutamente claro que a criação desse grupo de trabalho e as outras proposições que a sociedade tenha poderão ser incorporadas, com toda a certeza, a esse conjunto de leis que no Brasil compõem o combate à corrupção.
Repórter de TV – Além das medidas, o discurso da presidenta em que ela fala que a corrupção enfatiza não é de hoje que ela (a corrupção) existe, mas que hoje se combate mais, daí aparece mais. O que o senhor achou das palavras da presidenta Dilma?
Eu acho que ela está expressando a verdade. Esse é um governo que não tem procurado esconder ou impedir qualquer tipo de punição, qualquer tipo de investigação a quem tenha atuado de forma irregular, promovendo, estimulando ou realizando atos de corrupção. E ela mostrou também muito claramente que a vida dela é um exemplo de alguém que jamais se envolveu nesse tipo de prática, o que dá ainda mais credibilidade ainda às intenções dela com o lançamento desse pacote.
Repórter de jornal – Gostaria que o senhor avaliasse qual deve ser esse impacto da rejeição da presidenta Dilma nas discussões das matérias do ajuste fiscal
Humberto Costa – A avaliação de um governo sempre é uma coisa que espelha o momento. Nós não estamos negando que passamos por um momento de dificuldades mas, ao mesmo tempo, o governo tem procurado reagir. Temos que estar atentos para o fato de que o Congresso Nacional tem uma avaliação pior do que a avaliação que o governo tem. Então, nós temos que estar aqui bastante atentos para o papel que o Congresso Nacional precisa desempenhar na expectativa da sociedade hoje e eu acredito que isso é perfeitamente possível mudar, desde que nós ampliemos o debate, o diálogo, que ouçamos a sociedade e estejamos sempre discutindo antes de implementar medidas que não sejam de fácil compreensão e, acima de tudo, retomando o crescimento no nosso País.
Repórter de jornal – Mas dificulta a aprovação?
Obviamente que dificulta, mas o governo tem uma base sólida e tem mecanismos para consolidar esse apoio e ele tem que procurar a governabilidade além do Congresso Nacional. Essas medidas são importantes para o Brasil, então, nós temos que buscar apoio dos governadores, dos prefeitos, dos empresários, dos trabalhadores, dos movimentos sociais e principalmente do Congresso Nacional. Eu acho que o somatório dessas forças, na medida em que são iniciativas corretas, farão com que o Congresso Nacional aprove.
Repórter de TV – Nessa questão do pacote de combate à corrupção, o senhor acha que vai ter aprovação fácil?
Humberto Costa – É muito difícil uma proposta chegar aqui no Congresso Nacional e ser aprovada da mesma forma que chegou. Acho que muitas dessas proposições vão sofrer aperfeiçoamentos, elas poderão ser vinculadas a projetos semelhantes que existam aqui, receberão emendas mas, no final, o objetivo que essas propostas contêm será atingido.
Repórter de jornal – Líder, como o senhor rebate as críticas da oposição de que é um pacote de medidas requentadas e que o Congresso já aprovou várias delas?
Humberto Costa – A oposição quando foi governo não aprovou nenhuma delas.
Repórter de TV – Queria perguntar sobre o fundo partidário. O Congresso aprovou no Orçamento o aumento do fundo partidário.
Humberto Costa – Veja, foi uma medida apoiada por todos os partidos, (foi) aprovada pelo plenário do Congresso Nacional por unanimidade. A busca é fazer uma correção ao que veio anteriormente, que era menos do que os recursos executados no ano passado. Eu acho que são recursos importantes e expressivos, mas acho muito mais grave do que isso e muito mais significativo são os dez bilhões de reais que o Congresso Nacional está viabilizando para emendas parlamentares. O Fundo Partidário são 500 milhões, enquanto que as emendas parlamentares são dez bilhões e são aplicadas pelos parlamentares para fazer política. Isso que eu acho que é muito mais grave e tem muito mais peso no orçamento.
Repórter de TV – O senhor se refere aos novos parlamentares?
As emendas para os novos e o próprio orçamento impositivo, que eu pessoalmente sou contra.