A produção industrial do país cresceu 5,0% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a maior alta desde junho de 2021 (12,1%) e a sétima consecutiva nesse índice, conforme a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram registrados resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, em 20 dos 25 ramos, 55 dos 80 grupos e 57,7% dos 789 produtos pesquisados.
“Vale citar que o resultado desse mês teve perfil disseminado de taxas positivas e foi o mais elevado desde junho de 2021 (12,1%), sendo influenciado não só pela baixa base de comparação, mas também pelo efeito-calendário, já que fevereiro de 2024 teve 19 dias úteis, um dia útil a mais do que fevereiro de 2023, que teve 18 dias úteis”, explica André Macedo, gerente da pesquisa.
Entre as atividades, as principais influências positivas foram registradas por produtos alimentícios (8,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,5%), indústrias extrativas (5,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (9,8%).
Também apresentaram desempenhos positivos os ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,1%), de celulose, papel e produtos de papel (7,9%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,0%), de bebidas (7,3%), de produtos de borracha e de material plástico (5,8%), de produtos de madeira (16,0%), de produtos de minerais não metálicos (5,8%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,3%) e de outros equipamentos de transporte (9,6%).
Entre as cinco atividades que tiveram recuo na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-17,5%) foi a que teve maior influência, com o setor de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-8,3%) também registrando importante impacto.
Já entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis cresceu 9,3% em fevereiro de 2024 na comparação com fevereiro de 2023, marcando uma expansão mais acentuada. Bens de capital (5,3%), bens intermediários (5,1%) e bens de consumo semi e não duráveis (4,8%) completam a lista.
Alta também no acumulado de 2024
Segundo o IBGE, o acumulado para janeiro-fevereiro de 2024, frente ao mesmo período de 2023, foi de 4,3%, e o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,0%, intensificando o ritmo de crescimento frente aos resultados de janeiro de 2024 (0,4%) e de dezembro de 2023 (0,1%). Em fevereiro de 2023, o resultado havia sido de -2,5%.
Na passagem de janeiro para fevereiro deste ano, a produção da indústria variou -0,3%. É o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 1,8%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (03) pelo IBGE. Dessa forma, a indústria nacional estava 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,7% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.
Na passagem de janeiro para fevereiro, somente uma das quatro grandes categorias econômicas e 10 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram redução na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram assinaladas por produtos químicos (-3,5%), indústrias extrativas (-0,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%).
“A primeira elimina parte da expansão de 7,4% verificada em janeiro último. Já a segunda acumula perda de 7,8% em dois meses consecutivos de queda na produção, enquanto a última volta a recuar após crescer 16,1% no mês anterior”, diz Macedo.
Já entre as atividades que apontaram avanço na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e celulose, papel e produtos de papel (5,8%) exerceram os principais impactos positivos em fevereiro de 2024. É o terceiro mês seguido de crescimento na produção de ambas as atividades, com expansão de 14,2% e 7,8%, respectivamente.
“Vale destacar também os avanços assinalados pelos ramos de produtos de minerais não metálicos (4,5%), de produtos de borracha e de material plástico (3,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,2%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,4%)”, complementa Macedo.
No recorte das grandes categorias econômicas, bens intermediários recuou 1,2% em fevereiro contra janeiro, a única taxa negativa. “Foi o segundo mês seguido de queda, acumulando perda de 3,9% nesse período”, lembra o pesquisador.
Já entre os crescimentos, destaque para o segmento de bens de consumo duráveis, que avançou 3,6% e apontou o crescimento mais acentuado nesse mês, após também avançar em janeiro de 2024 (1,5%) e dezembro de 2023 (6,6%). Bens de capital (1,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) também registraram resultados positivos.