Inflação de julho fica em 0,03% e é a menor em três anos

Inflação de julho fica em 0,03% e é a menor em três anos

Presidenta Dilma diz que inflação está completamente sob controle.

A torcida da oposição pela alta dos juros e pela volta da inflação amargou mais uma derrota nesta quarta-feira (07). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a inflação de julho, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em apenas 0,03%, quase uma deflação. Em julho, o IPCA ficou em 0,26% e no ano a inflação acumulada está em 3,18% e em 6,27% em doze meses. Portanto, o IPCA voltou para dentro da meta de inflação e essa informação pode ser comemorada como resultado da política do governo da presidenta Dilma.

De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas manteve o ritmo de desaceleração dos preços. Em junho, a taxa havia ficado em 0,04%, já indicando estabilidade, mas em julho houve deflação, ou seja, a taxa de inflação nesse grupo ficou em -0,33%. Desde julho de 2011 não se via uma deflação nos preços dos alimentos e bebidas.

Na manhã de hoje, a presidenta Dilma Rousseff afirmou, durante entrevista para as rádios Vanguarda, de Varginha (MG), e Itatiaia, de Belo Horizonte, que a inflação está completamente sob controle. “A inflação, sob todos os aspectos, ela tem se demonstrado, progressivamente, não é esse um fenômeno desse mês, ela vem caindo mês a mês. Maio foi menor, junho foi menor, julho é 0,03%. Então, eu estou muito tranquila para dizer, que, no que se refere à inflação, nós temos, de fato a garantia que esse compromisso do governo com a estabilidade está se mostrando na prática e na realidade. A dona de casa que vai no supermercado hoje, ela percebe que a cesta básica reduziu. Isso foi medido em todo Brasil”, afirmou Dilma.

A presidenta também falou sobre a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB), que já superou as expectativas no mês de junho e que deve ser impulsionada pelas concessões neste segundo semestre. “Nós temos todos os indicadores de que o PIB vem tendo um desempenho melhor. Diziam que o PIB de junho ia ser muito um PIB muito pequeno. O que nós estamos verificando é que os indicadores de junho estão demonstrando que há uma recuperação do PIB. Além disso, alguns fatores também vão contribuir para isso. Nós teremos uma concentração imensa de processos de concessão nesse segundo semestre”, destacou.

Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também comentou o resultado e afirmou que “o que estamos vendo é que a inflação baixou mesmo. Nós tivemos a cesta básica caindo ao seu menor nível há muito tempo e o IPCA próximo de zero. Portanto, isso significa que a inflação sempre esteve sob controle e agora voltou para o patamar normal desta época do ano”.

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“A dona de casa que vai no supermercado hoje,
ela percebe que a cesta básica reduziu. Isso foi
medido em todo Brasil”

O grupo dos transportes teve uma deflação maior que a dos alimentos e bebidas, com uma taxa de -0,66%. Essa queda foi motivada pela suspensão dos reajustes e ainda caracterizou o recuo mais acentuado desde junho de 2012. Alimentos e transportes são os grupos que mais pesam no bolso dos cidadãos. Somente na formação do IPCA, a variação de preços desses dois grupos representa um peso de 43,8%.

As tarifas dos ônibus urbanos ficaram 3,32% mais baratas e lideraram os impactos para o IPCA cair mais. Das onze regiões pesquisadas, em sete delas tiveram redução. No transporte público, as tarifas dos ônibus intermunicipais caíram 1,69%, trem 4,13% e do metrô, 4,97%. O preço dos veículos novos caiu 0,29%, de usados 0,37% e os seguros recuaram 1,84%. Os combustíveis caíram 0,25%. A gasolina recuou 0,23% e o etano 0,55%.

Artigos de vestuário, assim como o grupo de alimentos e transporte, também tiveram deflação em julho, com o índice ficando em -0,39%. Os grupos despesas pessoais e habitação tiveram alta de 1,13% e 0,57%, respectivamente. O grupo habitação foi pressionado pelos reajustes nas tarifas de água e esgoto. Em Porto Alegre, o reajuste foi de 6,80%; em Fortaleza, de 6,59%; em Salvador, de 2,38%. Em Goiânia, os preços recuaram 2,02%.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou deflação em julho, de 0,13%. Em junho ficou em 0,28%. Dentre os índices regionais, o maior foi o de Curitiba (0,41%), por conta do reajuste nas tarifas de energia elétrica de 8,46%, apesar da redução de 31,4% no PIS/Pasep/Cofins promovida pelo Governo Federal. O INPC acompanha a inflação referente às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.

Juros

Com o recuo da inflação de julho para 0,03%, os analisas econômicos e chefes de departamentos dos bancos tendem a minimizar o resultado nas entrevistas previstas para os próximos dias, pelo simples fato que o interesse é manter a taxa Selic no patamar de 8,50% ao ano. Portanto, não vai ser surpresa se os porta-vozes dos rentistas alegarem que ainda é cedo para reduzir a Selic, porque ainda não está claro como se comportarão os preços. Acontece que quanto mais alta é a taxa de juro e menor é a inflação, maior é o ganho real.

Marcello Antunes

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