Inflação de junho fica em 0,26%, a menor em um ano

A desaceleração dos preços do grupo alimentos e bebidas contribuiu fortemente para que a inflação de junho, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficasse em 0,26%, ou seja, 0,11 ponto percentual abaixo do índice de maio, de 0,37%, e o menor desde junho do ano passado. No ano, a inflação acumulada está em 3,15% e, no período de doze meses, em 6,70%. Esse índice é 0,20 ponto percentual acima do teto de variação estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, de 6,50%, mas mesmo um pouco acima do teto do núcleo do IPCA, de 4,50% ao ano, a tendência de queda dos preços neste segundo semestre deve levar a inflação deste ano fechar dentro das metas.

O grupo de alimentos e bebidas, de acordo com a coleta de preços feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve uma variação de preços em junho de 0,04%, o menor resultado desde julho de 2011. Em maio, por exemplo, a variação havia sido de 0,31%. Os transportes também exerceram influência no IPCA de junho, por conta do impacto inicial do aumento dos preços das tarifas. Como em diversas capitais o preço das passagens teve redução, o impacto na inflação deve ser captada no índice de julho.

Outros grupos que apresentaram queda na variação dos preços foram habitação, já que em maio o índice havia ficado em 0,75% e caiu para 0,57% em junho e artigos de residência caíram de 0,46% para 0,12%. O grupo vestuário apresentou índice de inflação de 0,84% em maio, mas caiu para 0,50% em julho. O grupo saúde e cuidados pessoais o índice caiu de 0,94% em maio para 0,36% em junho. Em contrapartida, o grupo educação em maio teve uma variação de 0,06% e subiu para 0,18% em junho.

Os preços dos remédios, que estavam pressionados há dois meses, não tiveram uma variação, mas pode-se considerar uma queda já que em maio o índice havia ficado em 1,61%. Os preços dos combustíveis, por sua vez, que tinham apresentado uma variação negativa de 0,75% em maio, ampliou a retração. Em junho, a variação negativa foi de 1,67%.

Passagens de ônibus
As tarifas dos ônibus urbanos lideraram o impacto na inflação de junho, tendo alta de 2,61% ante a queda de 0,02% de maio. O aumento no valor das passagens refletiu nas variações no Rio de Janeiro (5,09%), onde o reajuste foi de 7,2% e vigorou de 1 a 20 de junho; São Paulo (4,67%), teve reajuste de 6,75% que vigorou entre os dias 2 e 20 de junho e em Goiânia (2,90%), dado o reajuste de 11% que esteve em vigor entre 22 de maio e 13 de junho. Como os preços das passagens voltou ao patamar anterior, por conta das manifestações, em julho poderá contribuir para que o índice de inflação amplo fique próximo ou menor que o deste mês, contribuindo, assim, para a expectativa de o IPCA ficar dentro da meta neste ano.

INPC
Se o IPCA mede a inflação referente às famílias cujo rendimento varia de um a 40 salários mínimos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), se refere ao impacto das famílias com renda de um a cinco salários mínimos. E, em junho, o INPC ficou em 0,28%, abaixo do resultado de maio, de 0,35%. No ano, a variação acumulada está em 3,30%.

Com informações do IBGE

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