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Inflação é a quarta maior do G-20 e segue desmentindo bolsonarismo

Senadores culpam Bolsonaro e Guedes pela alta galopante dos preços, que penaliza toda a população, especialmente a mais pobre. Dados comprovam que governo mente para fugir da responsabilidade
Inflação é a quarta maior do G-20 e segue desmentindo bolsonarismo

Foto: Agência PT

Pouco a pouco, os falsos argumentos do governo federal para tentar justificar a inflação galopante que assola o país vão sendo derrubados por fatos. Agora, foi a vez da alegada onda mundial inflacionária. De acordo com levantamento do Drive/Poder 360, o Brasil registra a quarta maior taxa de inflação entre os países do G-20 (as 20 maiores economias do mundo).

A constatação demonstra que, ainda que existam fatores externos, a principal explicação para a alta de preços no país está na desastrosa gestão econômica de Bolsonaro/Guedes.

E quem paga o pato, como sempre, é a população: quanto mais pobre, maior o impacto dos preços altos. Conforme aponta pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a queda do poder de compra atingiu 90% das profissões entre março de 2021 e março deste ano.

“A inflação segue destruindo a renda do povo brasileiro. De acordo com a CNC, Bolsonaro aniquilou o poder de compra de 90% das profissões”, registrou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).

Na mesma linha reagiu o senador Humberto Costa (PE). “O Brasil só anda para trás. O país tem a quarta maior inflação do G20. Bolsonaro conseguiu. Ele é o mito da inflação e da destruição. E quem mais perde é o trabalhador brasileiro”, afirmou.

Para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), a solução para a crise inflacionária e econômica está nas mãos da população. “O discurso do governo Bolsonaro derrete frente à realidade. A economia do país está em frangalhos e a renda do povo corroída pela inflação. A solução é tirar o Bolsonaro e reconstruir o Brasil com um projeto liderado por Lula”, defendeu.

Rogério fez referência ao mais recente desatino cometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem o Brasil “já saiu do inferno” da inflação, ao contrário de países europeus, como a Inglaterra. Mas os números da sua própria equipe derrubaram a enganação horas depois, quando o Ministério divulgou aumento da previsão de inflação para 2022 de 6,5% para 7,9%.

Isso se não for pior, já que em abril o índice de 1,06% (IBGE) foi o maior desde 1996 (início do Plano Real) e no acumulado dos últimos 12 meses atingiu estratosféricos 12,13%. Este é o índice que ocupa o quarto lugar entre as grandes economias mundiais, atrás apenas da Turquia (69,9%), Argentina (58%) e Rússia (17,8%). São os únicos entre os 20 países em que a inflação está acima de dois dígitos.

Além disso, segundo o Banco Central, a estimativa do mercado financeiro é de 7,89% ide inflação para este ano. Vale lembrar que meta definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3,5%, com margem de oscilação entre 2% e 5%.

O levantamento da CNC mostra o resultado trágico da inflação no dia a dia do povo. Em 12 meses, o poder de compra do trabalhador despencou 8,1%. A entidade considerou 140 profissões que cobrem 72% dos trabalhadores que atuam no mercado hoje.

O estudo comprova ainda o efeito perverso na base da pirâmide social, onde estão os que ganham menos: a profissão mais afetada pela desvalorização foi a de faxineiro, que viu aniquilado 16% do seu poder de compra. Motoristas de ônibus também foram afetados, com quase 4% de erosão nos salários.

Bolsonaro leva tão à sério sua política de empobrecimento da população que conseguiu a “proeza” de ser o único presidente, desde a implantação do Plano Real, em 1994, a fechar o mandato em 2022 com o salário mínimo valendo menos do que na posse, em 2019.
Exatamente o oposto do que aconteceu nos governos Lula e Dilma, quando a valorização do mínimo, em termos reais, ou seja, descontada a inflação do período, foi de 74,33% nos rendimentos.

Se nesse período tivesse sido aplicada a nefasta política de reajuste de Bolsonaro/Guedes, o piso nacional em janeiro de 2020 teria sido de R$ 599, e não R$ 1.039.

Para exemplificar, o site Metrópoles foi ao mercado com R$ 100 e comparou o que dá para comprar hoje e o que dava para comprar em 2018 com a mesma quantia.

Em 2022, foi possível levar 5kg de arroz, 1kg de feijão, 1kg de coxão duro, 1 litro de óleo e 1kg de açúcar. E só! Cabe numa cesta pequena.

Em 2018, dava para encher o carrinho: 5kg de arroz, 2kg de feijão, 1kg de açúcar, 2 litros ide óleo, 1kg de coxão duro, 1kg de coxa de frango, 1 bandeja de queijo, duas bandejas de presunto, 2 litros de leite, 1 pacote de café e 2 pacotes de biscoito maisena.

(Com informações do Poder 360, Metrópoles e Agência PT de Notícias)

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