Índice do IPCA confirma previsão da presidenta Dilma, que disse na terça-feira que a inflação ficaria próxima de zero
Na quarta-feira (17) a presidenta Dilma Rousseff avisou, durante discurso na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que a inflação de julho ficaria próxima de zero. Na quinta (18), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) correspondeu a 0,07% em julho, contra 0,38% em junho. O indicador é uma prévia da inflação oficial e deixa claro o que o ministro da Fazenda e a presidenta tem repetido aos pessimistas de plantão: a inflação está em desaceleração.
“Temos certeza que vamos fechar o ano com a inflação dentro da meta”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em discurso na reunião do Conselho. Conforme ela disse, “o barulho tem sido muito maior que os fatos”e a inflação está sob controle .”Os preços tem caído de maneira consistente nos últimos meses”, explicou.
“É incorreto falar de descontrole da inflação ou das despesas do governo. É desrespeito aos dados, à lógica, para dizer no mínimo. A informação parcial da forma como muitas vezes é explorada confunde a opinião publica e visa criar um ambiente de pessimismo que não interessa a nenhum de nós”, disse Dilma, que admitiu dificuldades, mas afirmou que as projeções não se comparam “em nenhum momento ao passado”.
Alimentos puxam a queda
No acumulado do ano, o IPCA-15 registra inflação de 3,52%. Nos 12 meses encerrados em julho, o índice subiu 6,40%, dentro, portanto, do intervalo da meta de inflação perseguido pelo Banco Central (BC), que vai de 2,5% a 6,5%, com centro em 4,5%. Nos 12 meses encerrados em junho, a variação tinha sido maior, de 6,67%.
Em julho de 2012, mesmo período do ano passado, IPCA-15 tinha avançado 0,33%.
A deflação nos grupos alimentação e bebidas (de alta anterior de 0,27% para baixa 0,18%) e transportes (de 0,10% para menos 0,55%) desacelerou o indicador em julho. No caso do setor de alimentação, a queda foi “generalizada”, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os alimentos, o destaque ficou com o tomate, 16,78% mais barato em julho, e principal influência individual para a taxa menor do índice, contribuindo com menos 0,05 ponto percentual. Outros alimentos passaram a custar menos de junho para julho. Os preços do feijão carioca e do óleo de soja, por exemplo, caíram 3,86% e 3,13%, respectivamente, no mês – enquanto a cenoura ficou 18,78% mais barata, detalhou o instituto.
Já no setor de transportes, houve quedas expressivas em itens de peso na formação da inflação do segmento, em julho. É o caso de seguro voluntário (queda de 1,82%), ônibus intermunicipal (baixa de 0,91%), metrô (diminuição de 2,02%); e trem (recuo de 1,15%).
Mas os dois grupos não foram os únicos a mostrarem desaceleração de junho para julho. Além de alimentos e transportes, deflações e taxas menos intensas de preços foram registradas, no período, em artigos de residência (de 0,68% para menos 0,06%); vestuário (de 0,72% para menos 0,17%); saúde e cuidados pessoais (de 0,72% para 0,20%); e educação (de 0,17% para 0,11%).
Apenas três grupos, entre os nove pesquisados pelo instituto, mostraram aceleração de preços, de junho para julho. É o caso de habitação (de 0,57% para 0,60%); despesas pessoais (de 0,37% para 1,08%) e comunicação (de 0,12% para 0,15%).
Queda em nove de 11 capitais
O IPCA-15 desacelerou em nove capitais pesquisadas pelo IBGE em julho e em duas delas, Brasília e Goiânia, houve deflação. Na primeira, o indicador passou de 0,37% para menos 0,04% e, na segunda, de 0,62% para queda de 0,35%.
Em outras sete capitais verificadas pelo IBGE houve aumento dos preços, mas em menor medida. Em Recife, o IPCA-15 cedeu de 0,51% em junho para 0,14% em julho, seguida por Belo Horizonte (0,39% para 0,14%), Curitiba (0,24% para 0,11%), Salvador (0,57 para 0,10%), Porto Alegre (0,48% para 0,08%), São Paulo (0,27% para 0,07%), Rio de Janeiro (0,72% para 0,03%).
Em duas capitais, a prévia da inflação subiu em Belém (de deflação de 0,25% para subida de 0,09%) e Fortaleza (0,08% para 0,29%).
No acumulado em 12 meses, Fortaleza (8,6%), Belém (7,98%) e Recife (7,79%) seguem como as cidades com a inflação mais alta. Porto Alegre (5,63%), São Paulo (5,9%) e Curitiba (5,9%) sustentam os menores índices e também os únicos abaixo de 6%.
Giselle Chassot, com informações do IBGE
Veja a publicação completa do IPCA-15
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