Várias denúncias de atentados contra integrantes de movimentos sociais foram feitas nesta terça-feira (4) durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). A audiência foi solicitada pelo presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS).
Em uma das denúncias, Edson Francisco, membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), afirmou que dois homens tentaram assassiná-lo no dia 6 de setembro passado, após invadirem sua casa, localizada na cidade-satélite de Brazlândia, no Distrito Federal. Ele contou que vários tiros foram disparados, sendo que um deles o atingiu de raspão. Edson apresentou fotos dos tiros que atingiram sua casa e mostrou a cicatriz que teria sido causada pelo atentado.
Para os participantes da audiência, casos como esse seriam reflexo da “criminalização dos movimentos sociais” que ocorre no país.
Grupo de extermínio
Além dessa e de outras denúncias de atentados contra integrantes de movimentos sociais, a advogada Sandra Paulino pediu que seja “federalizada” a investigação da morte do soldado Júlio César de Lima, da Polícia Militar de São Paulo, que denunciou aexistência de um grupo de extermínio na PM de seu estado. Sandra Paulino, que está sob proteção, era a advogada de Júlio César.
“Venho falando desse grupo de extermínio há 16 anos. E tenho, por causa disso, vários processos contra mim”, protestou ela. Ao reiterar o pedido de que a investigação passe ao âmbito federal, Sandra disse que, ao contrário do que a PM de São Paulo informou, essa entidade não estaria realizando a devida apuração do crime.
Paulo Paim declarou que vai encaminhar as denúncias apresentadas nesta terça-feira ao Ministério da Justiça.
Também participaram da audiência os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Marinor Brito (PSOL-PA) e os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Érika Kokay (PT-DF).
Agência Senado