O Globo: governo interino deve acabar com recursos do programa para população mais pobre após votação final do impeachment, que pode ocorrer entre agosto e setembroApós anunciar cortes no Minha Casa Minha Vida (MCMV), o governo interino prepara terreno para anunciar outro duro golpe: acabar com os subsídios do programa concedidos aos mais pobres, de acordo com o jornal “O Globo”. A reportagem, do último sábado (28), afirma que o programa deixará de receber recursos do Tesouro Nacional para subsidiar as famílias com renda de até R$ 1,8 mil, a chamada faixa 1, onde as residências são praticamente doadas. A faixa 2 (renda até R$ 3,6 mil) também deixarão de receber subsídios.
Ao todo, o Tesouro desembolsou um total de R$ 11,8 bilhões em subsídios para essas duas faixas, em 2015. O ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, relatou a empresários da construção civil que, neste ano, somente estão assegurados repasses para as contratações do MCMV já realizadas. O montante gira em torno de R$ 3,5 bilhões. A redução dos subsídios faz parte do pacote de medidas do ajuste fiscal anunciado pelo ministro na última terça-feira (24).
No dia 20 de maio, o ministro interino das Cidades, Bruno Araújo, havia anunciado a suspensão total do programa. Seriam dois milhões de moradias do programa a serem entregues até o fim de 2018. Agora, tudo vai depender do que os golpistas chamam de “aprimoramento”.
Segundo um empresário ouvido pelo jornal carioca, o governo quer aguardar até o desfecho do processo de impeachment – que pode ocorrer entre agosto e setembro – para anunciar medidas impopulares. Até lá, o pacote de maldades de Michel Temer deve ser empurrado com a barriga. A reportagem afirma que as mudanças no MCMV estão sendo discutidas de maneira reservada, uma vez que se trata de um governo interino, para evitar atritos com parlamentares.
O governo interino, ainda de acordo com a publicação, também pretende mudar o nome do programa. “Michel Temer está decidido a não manter as marcas da gestão anterior, consideradas estratégias de marketing politico”, diz o texto.
Outra faixa que deve ser prejudicada é a dos que tem renda entre R$ 1,8 mil e R$ 2,3 mil, uma proposta que ainda não havia sido efetivada e foi defendida pela presidenta Dilma, como novidade para o programa, este ano.
“Dilma, segundo interlocutores, insistiu na criação desta categoria, diante da escassez de recursos da União, para continuar doando casas na faixa 1, que encolheu — mesmo com pareceres contrários da Fazenda, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil”, afirma a matéria d’O Globo.
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