Assim que soube da ação da tropa de choque da |
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu, na tarde desta terça-feira (26), a reintegração de posse de um terreno ocupado por cerca de 750 famílias na Avenida Bento Guelfi, no Jardim Iguatemi, Zona Leste da capital. Matéria do Globo.com revelou que a ordem para a retomada da área partiu do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A informação foi dada pelo juiz Jurandir de Abreu Júnior, que acompanhou a ação de despejo pela Tropa de Choque da Polícia Militar (PM).
De acordo com a Rádio CBN, foi o prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT), quem procurou Alckmin e pediu que o governador intercedesse no caso. O tucano conversou antes com o prefeito, que se comprometeu a desapropriar o terreno ainda nesta terça-feira e tornar a área de utilidade pública.
A informação foi dada pelo próprio Haddad, durante o anúncio do Plano de Metas de seu governo. O prefeito instruiu o secretário de Habitação do município, José Floriano de Azevedo Marques Neto, a procurar o proprietário da área para tentar uma solução negociada, que passaria pela desapropriação amigável do local. Como não houve acordo, a prefeitura informou que irá publicar um decreto nos próximos dias regularizado o terreno. E, ao mesmo tempo, segundo o secretário de Assuntos Jurídicos, Luís Massonetto, a administração entrou com uma petição no TJ de São Paulo para suspender a reintegração.
Local
O local, de 132 mil metros quadrados, pertence a Heráclides Bataglia de Camargo Filho. Pela manhã, a Tropa de Choque usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os moradores que protestavam em uma das entradas do terreno. Um homem teve um ferimento na perna e uma mulher foi ferida no peito durante o confronto.
Com o decreto de desapropriação, o dono do terreno, que entrou com o pedido de reintegração de posse em agosto passado, perderia a propriedade, que seria transformada em área de utilidade pública. O juiz Jurandir de Abreu Júnior, no entanto, disse que só foi procurado pela Prefeitura paulistana nesta segunda-feira.
Ainda conforme a matéria do Globo.com, o proprietário do terreno declarou que não aceitava o prazo de um mês e meio proposto pelos moradores para desocupar a área. Ele alega que disponibilizou 60 caminhões de mudança para retirar os pertences das famílias e um armazém de
Pinheirinho
Em março do ano passado, uma outra reintegração de posse de área localizada no bairro do Pinheirinho,
O caso foi parar no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe-SP) em função da violência cometida pelos policiais. Na época, também, foi questionada a atuação da Justiça local, que deu a ordem de despejo e o ocorrido foi alvo de investigação do Ministério Público, pela Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo e pelo Conselho Nacional de Justiça. A desocupação da comunidade repercutiu no Brasil e em vários jornais internacionais e o parecer “A voz das vítimas”, do Condepe-SP, constava mais 127 depoimentos com relatos das violências físicas contra as famílias.
Com informações do Globo.com
Leia mais sobre o episódio Pinheirinho nos textos publicados no site da Liderança do PT no Senado