Com o resultado de abril, o déficit das contas externas no primeiro quadrimestre atingiu US$ 17,49 bilhões. No ano passado, o déficit acumulado no mesmo período foi de US$ 18,37 bilhões, ou 4,8% menor. Para todo 2012, a previsão é de um déficit de US$ 68 bilhões para a conta de transações correntes que, se confirmado, será o maior resultado negativo de toda a série histórica da autoridade monetária iniciado em1947.
Componentes das contas externas
Os itens que fazem parte da avaliação das contas externas são a balança comercial, a conta de serviços (viagens internacionais, seguros, pagamento de ‘royalties’ e licenças e aluguel de equipamentos, entre outros), além de juros, lucros e dividendos pagos ou enviados para o exterior.
Por item, a balança comercial alcançou superávit de US$ 3,31 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, contra um saldo positivo de US$ 5 bilhões em igual período de 2011. Ao mesmo tempo, a conta de serviços registrou um déficit de US$ 12,64 bilhões (contra US$ 10,87 bilhões negativos no mesmo período do ano passado). O item rendas – que inclui os juros, lucros e dividendo – o déficit de US$ 9 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, contra um resultado também deficitário de US$ 13,62 bilhões em igual período de 2011.
Investimentos estrangeiros diretos
Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) tradicionalmente compensam os dados negativos dos outros itens das contas externas, o que se confirma no balanço dos quatro primeiros meses. No mês de abril, o Brasil recebeu US$ 4,66 bilhões, contra US$ 5,4 bilhões deficitários do mesmo mês. Ampliado para os quatro primeiros meses do ano, os investimentos estrangeiros totalizaram US$ 19,6 bilhões, valor 14,95% menor do que o de igual período de 2011, quando o ingresso de investimentos somou US$ 23,05 bilhões (num claro reflexo do aprofundamento da crise na zona do euro), mas suficientes para cobrir o déficit de US$ 17,49 bilhões.
Para 2012, o BC espera o ingresso de US$ 50 bilhões em investimentos estrangeiros na economia brasileira. Com esse montante, assim como tem sido nos últimos anos, o BC estima que a entrada de investimentos no país não será suficiente para cobrir a diferença negativa das contas externas. No ano passado, o IED alcançou US$ 66,6 bilhões – um recorde histórico.
(Com agências)