Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que é relativamente alta a escolaridade dos pais dos estudantes universitários brasileiros, em relação ao total da população. De acordo com os dados, dois terços do total de jovens (64,6%) consultados têm pelo menos um dos pais que chegaram ao ensino superior, e 12,3% dos pais de universitários têm pós-graduação. Entre as mães, o percentual é de 15,4%. Os dados estão no relatório “Estudo comparado sobre a juventude brasileira e chinesa – Dados preliminares do Brasil”.
A maior parte dos estudantes, 71,5%, declara que dedica até 10 horas semanais aos estudos fora da sala de aula. Neste grupo, a parcela de quem investe menos de cinco horas por semana para esse fim é alta: 37,1%. Apenas 7,2% utilizam 16 horas ou mais na semana para estudar fora de sala.
A maioria dos estudantes também trabalha: 52% têm atividade remunerada, ao passo que 13,3% estão desempregados. Os que não trabalham representam 27,1% da amostra, e 6,3% exercem trabalhos sem remuneração.
Quanto à escolha do curso, 82,8% dos estudantes afirmam que não trocariam de curso se pudessem, mas 16,7% fariam a troca, enquanto 24,1% apresentam trajetória não linear entre a saída do ensino fundamental e o ingresso na universidade, devido à dificuldade na seleção de vestibulares muito concorridos ou de desistência de outros cursos superiores.
Metodologia
O estudo é resultado de uma parceria do Ipea com a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), o China Youth and Children Research Center (Centro de Pesquisa em Infância e Juventude da China) e a China Youth and Children Research Association (Associação de Pesquisa em Infância e Juventude da China), e foi apresentado na terça-feira (6) pelo pesquisador do Ipea, Eduardo Luiz Zen, e pela professora do Departamento de Estatística da UnB e doutora em Demografia, Ana Maria Nogales.
Para a pesquisa, foram considerados jovens universitários de até 24 anos de idade. O estudo se concentrou nos centros administrativos dos dois países (cidades de Brasília e Pequim) e nos polos econômicos (cidades de São Paulo e Xangai). Nos dias 18 e 19, haverá a troca dos bancos de dados entre os dois países, em Pequim, para a análise comparativa a ser divulgada em 2013.
No Brasil, as universidades participantes foram: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA), e Faculdades Integradas Rio Branco.
Foram 2.400 jovens brasileiros envolvidos na pesquisa, selecionados de maneira aleatória.
Visões sobre a China
A pesquisa também apresentou dados sobre a percepção dos jovens brasileiros em relação ao crescente protagonismo da China no cenário internacional. Quanto à preservação do meio ambiente, a visão geral tem maior conjunto de respostas com tendências negativas.
Quando o assunto é a manutenção da paz entre os povos, as opiniões são muito equilibradas na maior parte das respostas: apenas 36,2% acreditam que a contribuição é pequena, enquanto 29,3% avaliam como média e 32,9% como alta. No quesito integração e cooperação entre os povos, há predomínio de respostas positivas.
A priori, não há uma visão negativa do Brasil em relação à China. Entretanto, a opinião dos jovens sobre aquele país varia conforme o tema. Quando questionado sobre qual país se beneficiaria mais em relações econômicas, 51,8% dos estudantes acreditam que a relação beneficia ambos.
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Acesse a íntegra do Relatório de Pesquisa – Estudo Comparado sobre a Juventude Brasileira e Chinesa (Dados preliminares do Brasil).