Janio de Freitas aponta três versões de Gilmar sobre viagem à Europa

Em seu artigo de hoje, o jornalista chama a atenção para o destempero emocional e verbal do ministro do STF, Gilmar Mendes.

“Excesso de raiva, aparente perda de controle, exaltação, afirmações descabidas, gratuitas e sem qualquer propósito respeitável” são algumas das expressões usadas pelo colunista político Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo, para qualificar as recentes performances do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, diante de câmeras e microfones da imprensa.

No artigo “Liberdades iradas”, publicado nesta quinta-feira (31/05), Freitas classifica como “ficção sem sequer um indício em seu favor” a investida de Mendes contra o ex-presidente Lula que veio a público por meio da revista Veja no final de semana, e aprofundada desde então pelos principais veículos da grande imprensa. “O excesso de raiva e a aparente perda de controle em Gilmar Mendes talvez expliquem, mas não tornam aceitável, que um ministro do Supremo Tribunal Federal faça, para a opinião pública, afirmações tão descabidas”, afirma o colunista.

Além de descartar “qualquer propósito respeitável” nas afirmações de Gilmar Mendes sobre o Supremo  — “Um Poder em caráter descendente”, segundo ele, que já presidiu Corte — Freitas rejeita a possibilidade de Lula ter tentado “melar o julgamento do mensalão”, conforme afirmou Mendes, num linguajar estranho ao vocabulário de seus pares. Sua argumentação de que Lula investe contra a imagem do Judiciário para usufruir de uma hipotética vantagem não tem efetivamente cabimento. “Lula, o PT e os réus do mensalão nada ganhariam com uma investida contra o Judiciário. Sabem disso na mesma proporção em que a imaginação ficcionista não sabe.”.

O colunista também chama a atenção para um dos resultados concretos da exaltação do ministro: a profusão de versões sobre quem realmente pagou sua ida à Europa. Há pelo menos três, até agora, enumera o jornalista: “1) Mendes teria viajado “com recursos próprios”, 2) Teria ido até a Espanha em viagem oficial e de lá a Alemanha por conta própria, 3) Todo o tour europeu teria sido custeado pelo Supremo.

Ao final, pontua: “Com muita constância, somos chamados a discutir o decoro parlamentar. Não são apenas os congressistas, no entanto, os obrigados a preservar o decoro da função.”

Recomenda-se a leitura na íntegra, seguindo o link abaixo

Liberdades iradas – Janio de Freitas – Folha de S. Paulo


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