A defesa do Meio Ambiente tem orientado meu mandato. Inclusive, já utilizei este espaço outras vezes para tratar do tema. E o faço não porque está na moda ou por qualquer disputa política, mas por estar convicto da emergência ambiental que vivemos.
Como senador de oposição, pauto minhas ações não a partir dos erros ou polêmicas do atual governo. Priorizo uma agenda propositiva e benéfica para a população, que não ganha nada com brigas, mas espera de nós um trabalho capaz de reduzir desigualdades, garantindo emprego e prosperidade para as famílias brasileiras.
Porém, as ações devastadoras do governo, destruindo as riquezas naturais e nos expondo a um constrangimento mundial, não param de surpreender.
Na última semana, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, cuja composição já havia sido alterada para reduzir a participação da sociedade civil, revogou portarias de proteção do nosso litoral – especialmente restingas e manguezais, áreas no entorno de reservatórios de água, projetos de irrigação e autorizando a queima de poluentes, como defensivos agrícolas, que infectam o ar. Tudo a toque de caixa, sem debates ou estudos técnicos que justifiquem.
O que desejam é facilitar a ação de especuladores que querem lucrar com a destruição das riquezas naturais e prejudicar milhares de trabalhadores que vivem da pesca.
Tão logo esta absurda decisão foi tomada, apresentei no Senado um projeto para suspender a revogação que põe em risco cerca de 1,6 milhão de hectares da orla brasileira. Também ingressei com uma ação para que o STF reconheça esta revogação como inconstitucional. Espero que o Congresso e o Supremo decidam pelo bom senso e protejam nosso patrimônio natural.
Não há contradição em crescer e se desenvolver ao mesmo tempo em que preservamos o Meio Ambiente. Essa é a inteligência moderna. Só que, infelizmente, este governo se pauta pelo que há de mais retrógrado.
Na democracia, o diálogo é o melhor caminho. E sem ouvir ninguém estão tentando detonar tudo. Se nada fizermos, a boiada seguirá passando, como anunciou o ministro da destruição do Meio Ambiente. E quem pagará o preço serão as novas gerações, que herdarão o aquecimento global e a desertificação dessa política destrutiva. Conter a boiada, portanto, é vital para o Brasil e para a humanidade.
Artigo originalmente publicado no jornal O Povo