O mundo vive uma emergência climática. As revelações apontadas pelo Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) são uma sirene tocando nas nossas mentes, não para que paremos de produzir, crescer e se desenvolver, mas para que entendamos que é preciso mudar a forma como nos relacionamos com o planeta. Estamos galopando no sentido da destruição da natureza. É o momento, portanto, de tomarmos atitudes em defesa da vida e do Meio Ambiente.
Na última semana, realizamos sessão temática no Senado Federal sobre o IPCC, seus impactos e recomendações para o Brasil. Na ocasião, a ativista Greta Thunberg fez um importante alerta: “O Brasil não começou esta crise, mas, sim, acrescentou muito combustível a esse incêndio. O que os líderes do mundo falharam não tem desculpa, o Brasil não tem desculpa para não assumir sua responsabilidade.” Já a ativista indígena Samela Sateré Mawé resumiu que “as pessoas só se importam com mudanças climáticas, com o Meio Ambiente, quando isso vem afetar elas”.
Faço questão de citar essas falas, de duas mulheres jovens, para ressaltar o quanto este tema representa também um alerta geracional, engajando uma nova consciência sobre preservação. Costumo dizer que a questão ambiental não é uma pauta de esquerda ou direita, mas uma questão de bom senso. Como presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, meu esforço tem sido de imprimir essa discussão de modo permanente e transversal, combatendo essa falsa dicotomia entre desenvolver, gerar emprego e preservar. Tenho defendido reiteradamente um modelo de sustentabilidade tripartite: econômica, social e ambiental. Há degradação do Meio Ambiente, há degradação no mundo do trabalho e há degradação da economia.
Se o atual governo federal se coloca de costas para a questão ambiental, com todos os retrocessos, nossa postura deve ser de diálogo e união entre os mais diferentes setores, empurrando o governo para tomar posições. Precisamos compartilhar essa responsabilidade, desde os indivíduos até todas as instâncias da comunidade brasileira.
A pauta verde é uma prioridade mundial. E o Brasil, que possui a benção de ter essa biodiversidade e a maior floresta tropical do mundo, tem o dever e a responsabilidade de acolher esta pauta urgente e prioritária.
Artigo publicado originalmente no jornal O Povo