Para avaliar o impacto da crise do coronavírus sobre a logística de transportes entre os países árabes e sul-americanos, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) participou, nesta quarta-feira (12), do webinar “O impacto dos efeitos da crise da Covid-19 sobre o setor de logística no mundo árabe”. O seminário foi realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em parceria com a União das Câmaras Árabes.
Lideranças árabes já reconheceram a necessidade do estabelecimento de linhas de transporte marítimo para conectar o mundo árabe com a América do Sul. No Brasil, esse projeto também está entre as prioridades para estimular o comércio com o mundo árabe.
Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes no Senado, Jean Paul iniciou sua fala destacando sua solidariedade às vítimas do trágico acidente ocorrido no porto de Beirute, Líbano. O Brasil abriga hoje a maior comunidade libanesa do mundo.
Em seguida, o parlamentar pontuou os desafios da fruticultura brasileira. “Estamos em um estágio maduro de desenvolvimento, exportando para a Europa. Porém, em relação ao Oriente Médio, esse mercado ainda encontra-se incipiente. Os Emirados Árabes, por exemplo, hoje importam cerca de 2,2 bilhões de dólares”, disse.
Os países árabes compraram um volume de frutas 34% maior do Brasil em 2019 no comparativo com 2018, somando 15.851 toneladas de maçãs, limões, melões, melancias, mangas, uvas, pêssegos, nozes e castanhas, laranjas, goiabas, entre outros produtos. Em receita, o crescimento foi de 32% sobre o ano anterior, com US$ 18,84 milhões. Do total, os árabes representam 1,61% do volume e 2,19% da receita da exportação de frutas brasileiras.
Jean Paul também falou sobre o potencial brasileiro no setor da ovinocultura. Para ele, esse mercado só não é mais desenvolvido por que carece de processos de padronização, perenização e customização da produção do Brasil. O senador afirmou que o Brasil tem um grande potencial a desenvolver e consolidar como líder mundial da economia verde e no desenvolvimento de produção de produtos halal. “O mercado halal é sustentável e o Brasil tem no mercado muçulmano uma via aberta para exploração e expansão das exportações desses produtos”, declarou.