Crime de lesa-Pátria

Jean Paul faz defesa da Eletrobras e Petrobras

Senador adverte que as duas estatais são estratégicas para o país e alerta: Brasil precisa das duas empresas para não correr riscos em sua política energética
Jean Paul faz defesa da Eletrobras e Petrobras

Foto: Alessandro Dantas

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) fez uma defesa veemente da soberania nacional e da democracia brasileira, alertando que o país corre graves riscos se vender suas duas principais empresas estatais: Petrobras e Eletrobras. “A soberania nacional está de fato em risco”, advertiu, durante discurso na sessão plenária do Senado nesta sexta-feira, 20 de setembro.

Segundo o congressista, que é vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, as duas empresas são estratégicas para o país. “Afinal de contas, para que fomos atrás da autossuficiência de petróleo? Para que ser autossuficiente em petróleo se você vai estar 100% sujeito às oscilações de tudo o que acontece no mundo sobre o que você não tem controle?”, questionou. “Um furacão no Caribe, uma refinaria explodindo na Arábia Saudita, um oleoduto na Nigéria, que tira de produção mundial um pedaço da produção”, destacou. Ele se disse contrário à política de privatização das estatais.

“Privatizar ativos do setor elétrico é outra coisa; privatizar a holding na raiz do sistema, sem golden share, com golden share, não importa, privatizá-la no mercado financeiro, como se fosse uma empresa qualquer, é um crime de lesa-pátria de verdade”

Jean Paul lembrou que a Eletrobras é responsável pelo controle das principais hidrelétricas brasileiras e, portanto, das maiores bacias hidrográficas do país. “Ela é imprivatizável. É inconcebível privatizar-se a Eletrobras”, discursou. “Privatizar ativos do setor elétrico é outra coisa; privatizar a holding na raiz do sistema, sem golden share, com golden share, não importa, privatizá-la no mercado financeiro, como se fosse uma empresa qualquer, é um crime de lesa-pátria de verdade”, destacou.

“Que tomem cuidado, quem compra e quem vende, porque nesses processos, nós vamos estar vigilantes”, ressaltou. “Se houver esse tipo de venda irresponsável, nós possamos desfazê-las e reverter o que foi feito, independente de ter o rótulo de estatizante, de retomada de patrimônio, do que for. Chame-se como se chame, quem tem o direito de privatizar tem o direito de reestatizar depois”.

Ainda da tribuna do Senado, ele agradeceu a premiação do site Congresso em Foco, como um dos 10 melhores senadores do Parlamento. Também foi incluído nos 10 senadores que mais lutam em defesa dos bancos públicos. Ele dedicou o prêmio à sua antecessora, a governadora Fátima Bezerra, às equipes do mandato e ao Partido dos Trabalhadores, além do povo do Rio Grande do Norte. “Tenho gratidão em relação a essas pessoas, ao próprio Partido dos Trabalhadores, com quem eu tenho aprendido muito e com quem eu tenho o compromisso aqui de defesa da democracia, da soberania nacional, das nossas empresas públicas e estatais”, concluiu.

Ao comentar as duas premiações, o parlamentar disse que quer ser um elo entre diferentes grupos ideológicos, porque esquerda, direita e centro precisam promover debates para definir os rumos do país. “Quero ser uma força de conciliação entre causas que não podem ser perdidas, como a defesa do Estado brasileiro, o Estado eficiente, o bom Estado brasileiro, o Estado do bem-estar, o Estado a que nossa herança ibérica remete, que alguns dizem ser maldita, mas que eu me recuso a crer que seja”, destacou.

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