Desconfiança internacional

Jorge Viana aponta avanços e retrocessos na COP 23

Senador lamenta o prêmio Fóssil do Dia, concedido ao Brasil, por decisão do governo Temer de dar isenção fiscal às grandes empresas petroleiras
Jorge Viana aponta avanços e retrocessos na COP 23

Foto: Alessandro Dantas

O senador Jorge Viana (PT-AC) subiu à tribuna esta semana para fazer um balanço da COP 23, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, realizada em Bonn, na Alemanha. Ele destacou a participação do Senado, ressaltando a importância do evento organizado pelo parlamento brasileiro com autoridades e representantes de empresas e organizações não-governamentais. “Foi uma participação importante, o Brasil marcou presença e temos enormes desafios pela frente”, disse.

Ele considera que o país tem condições para sediar a COP 25, que será realizada em 2019. Na avaliação de Viana, o evento pode ser uma oportunidade de o país seguir com uma agenda positiva na área ambiental. “Se formos sede daqui a dois anos, quem sabe até lá a gente pare de adotar medidas contra o meio ambiente, que comprometem os compromissos brasileiros de evitar o aumento da temperatura do planeta e trabalhe no sentido de colaborar com o combate à mudança climática”, destacou.

O senador lembrou que apesar de ter a maior biodiversidade do planeta, O Brasil é o sétimo país em emissões de gases em todo o mundo. “Há a esperança do mundo de que a gente resolva o problema da fome produzindo mais alimentos, mas conserve a nossa biodiversidade”, ressaltou.

Viana comentou que o Brasil enfrenta desconfianças diante da comunidade internacional, por retrocessos na agenda ambiental brasileira, tendo recebido, inclusive, o título “Fóssil do Dia”. O destaque é decorrência da atuação do governo Michel Temer, que decidiu conceder isenção no valor de R$ 1 trilhão às maiores petroleiras do mundo que atuam no país.

“O prêmio Fóssil veio por conta da edição dessa Medida Provisória 795, que faz o Brasil caminhar no sentido contrário ao do combate à mudança climática, quando faz isenção para empresas petrolíferas”, lamentou Viana. Somente para 2018, a previsão de renúncia de receita, decorrente desses incentivos fiscais, é de cerca de R$ 16,4 bilhões.

O senador declarou, entretanto, que a redução da tendência de desmatamento de 16% é um avanço. “É fato que a presença da sociedade brasileira na COP, discutindo, por exemplo, o RenovaBio, que agora vira uma iniciativa que está circulando dentro do Congresso, cria uma expectativa extraordinária para o nosso país perante o mundo”, discursou.

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