Viana: “Cresceu em 75% |
Vice-presidente do Senado Federal, Jorge Viana (PT-AC) voltou a reclamar, nesta quinta-feira (07), dos altos preços das tarifas aéreas e da pouca oferta de voos entre os municípios da região amazônica. Ele comemorou o acesso da classe média brasileira às viagens de avião, mas lamentou que o aumento do número de passageiros não tenha se refletido na queda de preços nas passagens e, muito menos, em mais conforto para os passageiros.
Viana citou que, em 2002, 30 milhões de passageiros voaram no Brasil. Em 2010, esse número ultrapassou 65 milhões de pessoas. “Cresceu em 75% a oferta de passageiros, nos últimos quatro anos”, comentou, queixando-se que essa explosão do mercado não tenha facilitado a vida dos passageiros, especialmente dos que vivem em regiões distantes ou até isoladas do País. “Nós, da Amazônia, temos que ter passagem a preços módicos, a preços factíveis. É necessária uma rede de aeroportos municipais e estaduais”, criticou. “Transporte aéreo na Amazônia não é luxo, mas artigo de primeira necessidade”.
O descompasso das tarifas aéreas não é uma preocupação recente do senador. Em várias oportunidades, ele mencionou o fato em pronunciamentos e recentemente, no último dia 23, uma semana depois de cobrar explicações da Gol Linhas Aéreas pelas altas tarifas nas passagens aéreas no Acre, o senador foi procurado pelo presidente da companhia, Paulo Kakinoff, e recebeu garantias de que a companhia está empenhada em modificar sua política de preços, com novas tabelas para quem compra com antecedência os bilhetes de viagem.
Em seu pronunciamento desta quinta-feira, o senador defendeu que o Brasil “estabeleça uma política regional para o transporte aéreo, com empresas bem estruturadas, que garantam segurança, e a um preço que seja razoável”. Segundo ele, essa seria uma forma de melhorar a aviação regional. “Teríamos uma demanda de companhias aéreas querendo fazer viagens para Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Tefé (AM) ou Porto Velho (RO)”. Ele enfatizou que a tarifa da passagem de avião de Brasília para essas cidades amazônicas pode chegar a R$ 5 mil. “Isso é mais caro do que ir para os Estados Unidos, do que ir para a Europa”, lamentou.
As companhias aéreas brasileiras, atualmente, têm isenção de ICMS e de outros impostos nos combustíveis, desde que o avião esteja indo para fora do Brasil. “Em Cruzeiro do Sul (AC), temos o combustível mais caro do País. Desse jeito, não vamos ter aviação regional nunca”, comentou. A tarifa do querosene de aviação representa quase 40% do preço das passagens. Viana acredita que é importante encontrar uma saída para o impasse. “O ambiente para discutir essa medida é aqui (no Congresso)”, avalia.
Dizendo-se contrário à abertura do mercado nacional para companhias aéreas estrangeiras, o senador avalia que a presidenta Dilma Rousseff agiu corretamente ao apostar na ampliação do transporte aéreo regional. Essa é uma política pública colocada como prioridade pelo Governo Federal.
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