Jorge Viana: “Não é possível que a região que fornece energia para o centro-sul do País tenha que conviver com a energia mais cara do Brasil”O senador Jorge Viana (PT-AC) defende a tese de que uma região que produz energia para o centro-sul do País deveria ter algum benefício por conta disso. Mas o que acontece, atualmente é que a população da Amazônia – região com o maior potencial hidrelétrico do Brasil – paga a energia mais cara do Brasil. Para modificar essa realidade, Viana vai apresentar ao Congresso uma modificação na legislação capaz de compensar os estados pelos empreendimentos feitos em seu território.
“Não é possível que os 25 milhões de amazônidas não se beneficiem diretamente com a implantação das hidroelétricas”, argumentou o parlamentar, em pronunciamento ao plenário nesta quarta-feira (29).
Ele argumenta que todas as grandes hidrelétricas da região estão sendo feitas numa parceria entre o Governo Federal e a iniciativa privada. “A pergunta que faço é por que não envolver os estados na parte estatal”. Ele sugere que os estados façam parte do financiamento e, em troca, tenham direito a uma receita permanente.
Segundo explicou, a proposta é viável e, mais que isso, justa. “Não há nenhum sentido nós seguirmos sendo os grandes fornecedores de energia para o País, pagando energia mais cara e não tendo nenhum benefício pelo uso dos nossos recursos naturais”, criticou.
Ministério
Viana já apresentou a proposta para o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga. Nessa terça-feira, um encontro reuniu senadores da Amazônia e técnicos do Ministério para um debate sobre as propostas e projetos para a região.
Durante o encontro, o senador falou das dificuldades por que passa o Acre. Além do alto custo da energia, que penaliza especialmente a população mais pobre, existe uma situação de insegurança energética vivida pelo estado. Segundo ele, tais problemas penalizam a população de baixa renda. Quanto aos empresários, disse, têm dificuldades em investir em novos negócios.
Em relação ao fornecimento, Jorge Viana informou que o problema atinge principalmente o Alto Acre, na região de Xapuri, Brasiléia, Epitaciolândia e Assis Brasil, criando muitas dificuldades principalmente para o setor agropecuário.