Jorge Viana diz que o povo sabe separar Copa de eleições

Senador ressaltou que brasileiro não resolve, na urna, frustração com futebol

Jorge Viana diz que o povo sabe separar Copa de eleições

Viana: Copa será chance do mundo conhecer
hospitalidade e maravilhas do Brasil

Iniciada a contagem regressiva para o início da Copa do Mundo, colunistas e críticos políticos resolveram traçar em suas análises pessimistas um paralelo entre o evento futebolístico e as eleições de 2014: a continuidade do governo da presidenta Dilma Rousseff dependeria da vitória da seleção brasileira.

Enredo que poderia ser confundido com ingenuidade, não fosse a usual má vontade da grande imprensa com a administração petista. Em uma avaliação feita no plenário do Senado, na tarde desta quinta-feira (15), o senador Jorge Viana (PT-AC) ressaltou que, apesar da confusão de alguns jornais, historicamente a população não desconta na urna sua felicidade ou tristeza com o futebol. “O povo não é bobo! Ele separa bem as coisas”, afirmou.

Viana lembrou das quatro últimas disputas presidências – 1998, 2002, 2006 e 2010. E em todas, observou o senador, o resultado em campo não revela nenhuma ligação com o desempenho nas eleições. Afinal, em 1998, 2006 e 2010, o Brasil não levantou a taça e o governo que estava à frente do País venceu a disputa eleitoral.

Enquanto que em 2002, ano do pentacampeonato invicto na Ásia, houve uma grande mudança política-ideológica na Palácio do Planalto. “O PSDB teve a maior derrota, a mais acachapante derrota para nós. Veja que o povo desvincula completamente o resultado da Copa. Isso, para os menos avisados, eu informo”, recordou o petista.

A Copa do Mundo, na opinião do senador, será uma excelente vitrine para o Brasil. “Com o mundo inteiro de olhos voltados para o País, nosso povo terá a chance de mostrar suas maravilhas e hospitalidade. O Brasil tem essa oportunidade, tomara que ela não seja desperdiçada”, ponderou Jorge Viana, conclamando para que a população que sair às ruas para se manifestar contra o evento, faça isso legitimamente, sem violência.

Jorge Viana ponderou que o frequente negativismo dedicado à política, e em especial à condução do governo atual, começa a ganhar contornos preocupantes, porque a torcida contra está se transferindo para o País. “Vale torcer, ficar com raiva da seleção, porque aí é parte do futebol; mas torcer contra o Brasil não vale. Torcer para o Brasil tratar mal quem nos visita, torcer para o Brasil ficar mal diante do mundo não vale”, avaliou.

O senador ainda sinalizou que estuda como criar um projeto para acabar com o estigma de que os estádios da Copa vão se transformar em elefantes brancos. Viana acredita ser possível aproveitar os espaços embaixo das arquibancadas para fazer praças comerciais e de lazer. “Se bem aproveitados, esses espações ganharão um uso permanente que em lugar nenhum do mundo é dado. E eles estão sempre bem localizados do ponto de vista do transporte, da comunicação”, frisou.

Ganhos

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ao pedir a palavra, considerou oportuna a ideia de Viana. E também pontuou que a Copa do Mundo deve trazer muitos ganhos financeiros para o Brasil, que poderão ir ao encontro das demandas do povo que sai às ruas para cobrar melhorias. “Que tenhamos muita atenção para transformar a receita adicional desses recursos, para efetivamente atender às demandas que a população está colocando. Isso é muito importante que seja realizado”, disse.

Catharine Rocha

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