Viana: “Peço ao Ministério dos Transportes e ao DNIT que acelerem as obras e cobrem das empresas maior presença no local”Em discurso na tribuna na tarde desta quinta-feira (9), o senador Jorge Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente do Senado, pediu que o Ministério dos Transportes e o DNIT intensifiquem as obras de recuperação da BR-364 no trecho entre os municípios de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul. A preocupação de Viana é que a partir de agora até meados de setembro o clima é seco e propício ao andamento das obras, já que depois de outubro chega o período chuvoso que compromete as obras.
Segundo explicou Viana e quem conhece o Acre sabe como é: o solo não é pedregoso e as fortes chuvas inviabilizam e atrasam qualquer obra rodoviária. “Dentro desse propósito, peço ao Ministério dos Transportes e ao DNIT que acelerem as obras e cobrem das empresas maior presença no local, visando a manutenção e recuperação dos trechos danificados por causa do período chuvoso”, afirmou. O senador também pediu rapidez nas obras da rodovia BR-317, no trecho entre Xapuri, Brasileia e Assis Brasil. “As duas BRs precisam de cuidado e temos uma janela agora. Nosso estado não tem pedra e o solo tem uma fragilidade muito grande, daí o trabalho que deve ser feito em julho, agosto e setembro, antes do período das chuvas”, disse.
Ferrovia Bioceânica
O senador Jorge Viana enfatizou a iniciativa da presidenta Dilma Rousseff de ter fechado vários acordos com os países nos quais viajou recentemente. Mas destacou sua confiança no projeto que prevê a construção da Ferrovia Bioceânica, cujo traçado passará pelo Acre, entrará no Peru e abrir uma saída para as mercadorias brasileiras no Oceano Pacífico.
O interesse demonstrado pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang, segundo Jorge Viana, de participar do financiamento das obras, reforça o acordo trilateral entre o Brasil, o Peru e a China. “No encontro que tive com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, a presidenta Dilma e o primeiro-ministro Li Keqiang, falei da importância dessa ferrovia não só para o Acre, mas para a nova geografia que pode surgir a partir dela”, afirmou.
O senador disse que logo que se falou da possibilidade real dessa ferrovia, não viu com surpresa a reação negativa de setores da imprensa e representantes da indústria que desataram a criticar o projeto. “Já conhecia o trabalho contratado, como carta marcada feita sob encomenda pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Para atender interesses particulares, esse estudo dizia que era inviável construir uma ferrovia ou saíra para a atividade produtiva na parte ocidental da Amazônia para o Pacífico”, criticou.
Viana observou que, neste momento, o trabalho ainda está na fase de análise de traçado. Existem pontos sobre a ferrovia e ela sairá do papel se efetivamente tiver aporte do governo chinês. Dizer que a ferrovia não tem viabilidade, segundo o senador, é o absurdo do absurdo. “O que se tem aí é uma ação disfarçada, de quem opera nos portos de Santos, do Paraná e de Belém, contra a ferrovia. Trabalham para sabotá-la, porque querem a produção do centro-oeste saindo por seus portos. O desejo que a ferrovia não aconteça é esse e é por isso que precisamos de um debate sincero. Não de analistas se arvorando a diagnósticos futuristas, falseados e que, por trás, escamoteiam seus verdadeiros interesses”, disse.
Para evitar que esse discurso e estudos direcionados desvirtuem o projeto da ferrovia Bioceânica, Jorge Viana apresentou um requerimento a ser votado pelo Senado, onde solicita ao ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, informações sobre todos os passos que estão ou não sendo dados em relação à ferrovia, como, por exemplo, sobre o processo de contratação da equipe para o estudo de viabilidade técnica.
Marcello Antunes