Jorge: “Não podemos voltar no tempo, mas temos medidas a tomar nesse momento”O senador Jorge Viana pediu, nesta segunda-feira (30) ações efetivas, rápidas e justas para mostrar ao mundo que o Brasil não permite barbaridades como a que foi cometida contra a adolescente estuprada por mais de 30 homens no Rio de Janeiro.
Ele lembrou que, no momento em que o País se prepara para receber pessoas do mundo inteiro, numa confraternização mundial como são os Jogos Olímpicos, é inaceitável a ideia de conviver com atos de “selvageria”, como definiu o caso. E o despreparo da polícia no processo de investigação fez com que a violência praticada contra a menina se multiplicasse, não a física, mas a moral, de exposição de sua imagem nas redes sociais.
“Ficou claro que a irresponsabilidade das autoridades custou caro para a vítima, porque os exames só foram feitos dias depois da agressão e o resultado qual é? ‘Não há evidência de agressão física’. É óbvio. Num caso como esse, deveriam ter parado imediatamente, feito exames, dado atenção, e não continuado com esse jogo de buscar espaço nos meios de comunicação”, lastimou.
O senador pediu atenção dos outros parlamentares para que agilizem a votação do projeto de lei (PLS 618/2015), de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que aumenta a pena para condenados por estupro coletivo. Segundo Viana, essa pode ser a resposta do Congresso a esse e a outros casos de violência contra a mulher. “Nós não podemos voltar no tempo, mas, pelo menos, temos duas medidas a tomar neste momento: cobrar rigor das autoridades, celeridade e uma ação justa, não só combatendo esse caso, mas também dando um exemplo, para que no Brasil inteiro não se permitam barbaridades como essa”.
Nessa segunda-feira, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) foi designada relatora do PLS 618/2015 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a ideia é que o projeto seja votado ainda nesta quarta-feira (1º).
Viana observou que o Brasil é, atualmente, o quinto país do mundo onde mais se registram estupros de jovens. A pesquisa analisou dados de 63 países.