Viana: não podemos aceitar que o ministro seja vítima de ameaça em sua casa por grupos fascistasO senador Jorge Viana, primeiro vice-presidente do Senado, rechaçou a ação de grupos fascistas que ontem à noite, em Brasília e em Porto Alegre, foram para a frente da casa do ministro do STF Teori Zavascki para xingá-lo e ameaçá-lo por uma decisão que coloca um freio ético à midiática e irresponsável atuação do juiz Sérgio Moro. O que fez Teori, juiz relator da Lava Jato, para causar tanto ódio entre os intolerantes líderes fascistas: determinou que o juiz Moro respeite a Constituição e remeta ao STF os grampos ilegais feitos na Casa Civil com interceptação de uma conversa de Dilma com Lula e, em seguida, vazados para a GloboNews.
“Não podemos aceitar que o ministro Teori Zavascki, que tomou uma série de medidas para fortalecer a ação da Lava Jato, só porque agora tomou uma medida que estabelece freio a um juiz de primeira instância, que restabelece o que a Constituição e as leis determinam, ele possa ser vítima de ameaça em frente de sua de grupos fascistas. Que País é este”, disse Jorge Viana ao cobrar uma manifestação do Senado contra esse ato.
Para Jorge Viana, o ministro Teori e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mostram para a sociedade que nenhum membro do Judiciário deve sair das linhas escritas da Constituição Federal. “É muito importante que o Senado Federal cumpra seu papel, porque confio e acredito na capacidade de cada um para pensarmos e colocarmos em primeiro lugar o Brasil, que está precisando de todos nós”, cobrou.
O senador entende que o ministro e o procurador Rodrigo Janot mostram por suas declarações o que grupos fascistas e apoiadores do golpe não entendem naturalmente ou fingem não entender propositalmente. Primeiro, Teori afirmou o Poder Judiciário tem que exercer seu papel com prudência, serenidade, sem protagonismo e que o papel dos juízes é o de resolver conflitos, e não o de criar conflitos. E, segundo, Janot disse que o Ministério Público não tem ideologia nem partido, e que o único guia deve encontrar-se no texto da Constituição”.
Portanto, Jorge Viana considera que a legalidade válida para a Operação Lava Jato deve ser a mesma em relação à manobra feita pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que tenta de diversas formas acelerar a comissão que avalia o impeachment da presidenta Dilma. Dá para supor que é um impeachment “viciado”, porque, de acordo com o senador, “estão falando que até tem preço, que tem dinheiro acumulado para bancar o impeachment”. Jorge Viana, para finalizar, destacou a declaração firme do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de que impeachment sem crime de responsabilidade tem outro nome. “E isso é golpe. O presidente Renan falou com serenidade e sabedoria, o que, talvez, resuma o que estamos debatendo aqui no Senado”, disse Viana.
Marcello Antunes