Jornada de 40 horas semanais é o primeiro item da pauta das centrais

Representantes dos trabalhadores chegaram a Brasília, acompanhados de aproximadamente 50 mil trabalhadores, com uma série de reivindicações.

 

Cerca de 50 mil trabalhadores de seis centrais sindicais e representantes de diversos movimentos sociais participaram, nesta quarta-feira (6), da 7ª Marcha dos Trabalhadores a Brasília. A pauta de reivindicações contém 12 itens, entre eles, o fim do fator previdenciário – projeto do senador Paulo Paim (PT-RS) que tramita no Congresso -, a jornada de 40 horas semanais sem redução salarial e uma política de valorização dos aposentados.

A marcha reuniu trabalhadores da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, lembrou que todas as conquistas obtidas pelos trabalhadores no último período, como a política nacional do salário mínimo, se deveram à atuação unitária das centrais sindicais, afinadas pela redução da jornada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação, negociação coletiva no setor público, reforma agrária, 10% do orçamento da União para a saúde, combate à demissão imotivada, valorização das aposentadorias, salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres, correção da tabela do Imposto de Renda e mais investimentos.

O fim do fator previdenciário e correção da tabela
do Imposto de Renda também estão na
pauta dos trabalhadores

“A CUT afirma em alto e bom tom: a ação conjunta fortalece o nosso protagonismo. Hoje não vamos apenas entregar nossa pauta à presidenta Dilma, mas defender que se consolide um processo de negociação perene com o governo, como se fosse uma grande Campanha Nacional Unificada das centrais, que garanta avanços fundamentais para a sustentação do projeto democrático e popular que ela representa”, declarou Vagner Freitas. Na avaliação do dirigente da CUT, medidas como a desoneração da folha de pagamentos sem contrapartidas sociais acabam atendendo apenas o capital, sem contemplar as necessidades dos trabalhadores.

De acordo com o diretor da Força Sindical Nacional, Jefferson Coriteac, o objetivo da marcha foi “fazer com que a presidenta Dilma ouça as reivindicações dos trabalhadores”, disse. “Trouxemos os trabalhadores para fazer barulho, para fazer a manifestação dos sindicatos, para dar seu grito de alerta e pedir para que ela nos receba”.

Para o torneiro mecânico, Luís Carlos Sales, de Catalão (GO), a expectativa é que essa marcha seja decisiva para a concretização das reivindicações dos trabalhadores. “Tenho 33 anos de carteira registrada e todo ano recebemos promessas que não são cumpridas, queremos melhorias”.

Participante da marcha, a secretária da Mulher da CUT, Rosane Silva mencionou o acampamento montado desde ontem em frente ao Incra, em defesa do trabalho no campo.“É uma demonstração concreta do que a classe trabalhadora é capaz de fazer. O poder de Brasília vai ter que conviver com a força e a luta dos camponeses, de maneira permanente, até que avancemos na pauta concreta dos trabalhadores”.

Confira abaixo os itens da pauta trabalhista:

– 40 horas semanais sem redução de salário;

– Fim do fator previdenciário;

– Igualdade de oportunidade entre homens e mulheres;

– Política de valorização dos aposentados;

– 10% do Produto Interno bruto (PIB) para a educação;

– 10% do orçamento da União para a saúde;

– Correção da tabela do Imposto de Renda;

– Ratificação da Convenção OIT/158;

– Regulamentação da Convenção da OIT/151;

– Ampliação do investimento público.

 

Com informações de agências de notícias

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