Nos aproximamos do Junho Verde, um marco para a defesa ambiental. A data máxima deste mês de reflexões e mobilizações, estabelecida pela ONU, é 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. A conservação dos recursos naturais é indispensável para a sobrevivência das atuais e futuras gerações e exige profunda mudança de hábitos.
Se em outros momentos essa já era uma oportunidade para debater questões ambientais, no atual quadro, torna-se essencial. O Brasil vive uma situação inaceitável com recordes de desmatamento na Amazônia, queimadas e contínuo avanço de conflitos no campo, como os recentes ataques ao povo indígena Yanomami. O cenário se agrava com a pressão internacional sobre a errática posição do país diante da crise climática e ambiental.
Em 2015, o Papa Francisco, na sua encíclica, chamou atenção de todo o mundo para a forma como tratamos a nossa casa maior, o planeta Terra, e para a responsabilidade que temos de preservar a natureza para as próximas gerações.
Com essa inspiração, apresentei projeto, já aprovado pelo Senado, que institui a Campanha Junho Verde, para que a população reflita sobre a importância da conservação dos ecossistemas, do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais. Como temos o Outubro Rosa e o Novembro Azul, a pauta ambiental também merece um mês exclusivo. Agora, aguardamos a aprovação pela Câmara dos Deputados.
Na presidência da Comissão de Meio Ambiente do Senado, tenho priorizado a formulação de um plano de desenvolvimento sustentável, que inclua aspectos econômicos e sociais. O Brasil tem grande potencial para construir mercados e indústrias a partir da proteção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.
Estudos mostram que empregos verdes em outros países oferecem salários até 19% maiores que os empregos comuns. Um caminho importante, sobretudo, diante de um contexto de tanto desemprego e desalento.
Garantir visibilidade ao tema ambiental, ao menos em um mês do ano, é fundamental para este processo de transformação de paradigmas. É bom lembrar que o Brasil tem, no enfrentamento da crise climática, vantagem sobre os outros países devido ao potencial de sua biodiversidade. Se soubermos catalisar essas oportunidades, podemos proteger a natureza e levar emprego, renda e bem-estar à população. Depende de nós.
Artigo publicado originalmente no Jornal O Povo