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Juro médio dos bancos tem maior patamar em cinco anos

Taxa de juros cobrada por bancos em operações com cartão de crédito rotativo está em 411,5%. Fazenda lançará o Desenrola, focado na renegociação de dívidas. Nobel de economia apoia Lula na defesa da queda da Selic
Juro médio dos bancos tem maior patamar em cinco anos

Foto: Agência PT

A ameaça de uma crise de crédito, reforçada pelo aumento do endividamento das famílias, está no centro das ações do governo Lula. Uma série de medidas têm dito anunciadas para melhorar o ambiente econômico e afastar o risco de um aumento da inadimplência, como o programa Desenrola Brasil, focado na renegociação de dívidas. O programa, que será lançado em breve, chega em boa hora: a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações de pessoas físicas e empresas teve um aumento de 1,8% em janeiro deste ano, subindo para 43,5% ao ano. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC).

Esse é o maior patamar desde agosto de 2017. No cheque especial de pessoas físicas, a taxa está em 132% ao ano. Já a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo está em 411,5%. Ainda segundo o BC, o endividamento das famílias somou 49,6% da renda acumulada nos doze meses até novembro do ano passado. Antes da pandemia, no início de 2020, o endividamento das famílias somava 41,8%.

Essa política adotada pelos bancos eleva a pressão sobre as famílias, prejudicando o consumo e a tomada de crédito. No final de semana, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, deu uma entrevista ao jornal Estado de São Paulo, onde ele detalhou ações do governo para evitar uma crise de crédito.

Segundo o secretário, além do Desenrola Brasil, a retomada do Minha Casa, Minha Vida, o novo Bolsa Família, a correção na tabela do Imposto de Renda e a volta do aumento real do salário mínimo acima da inflação são instrumentos que permitirão uma melhora do ambiente econômico. Ao mesmo tempo, irão auxiliar no controle da inflação e abrir caminho para a redução da taxa de juros.

Galípolo garantiu que o Ministério da Fazenda vem construindo as condições para que os juros caiam, em especial os juros cobrados por bancos para pessoas físicas e empresas. Ele explicou que tudo isso deve estar alinhado com um projeto que seja sustentado “por três pilares: desenvolvimento econômico, social e ambiental”.

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