Juros bancários caem para menor patamar histórico em agosto

Desde 2000, consumidores e as empresas nunca pagaram tão pouco para conseguir crédito ou empréstimos.

 

Juros bancários caem para menor patamar histórico em agosto

Com os bancos cobrando em média 148,6% ao ano para quem utiliza o limite do cheque especial, os juros médios anuais para a pessoa física recuaram para 23,1%.

Nunca, desde o ano 2000, os clientes bancários, os consumidores e as empresas pagaram tão pouco para conseguir crédito ou empréstimos em bancos e instituições financeiras. As taxas de juros, que já apontam tendência de queda há vários meses por conta do incentivo ao crédito determinado pelo Governo Federal, voltaram a recuar em agosto. Segundo nota do Banco Central, divulgada nesta quarta-feira (26/09), a taxa de juros média do mercado caiu 0,6 pontos percentuais no mês passado e está agora em 30,1% ao ano. Essa taxa é quase 10 pontos percentuais menor do que a observada um ano antes.

A redução nas taxas do cheque especial para o cliente pessoa física foi a grande responsável pela economia que o brasileiro comum conseguiu obter no caso de necessidade de crédito. Com os bancos cobrando em média 148,6% ao ano para quem utiliza o limite do cheque especial, os juros médios anuais para a pessoa física recuaram para 23,1%. Os juros cobrados das empresas caíram para 35,6% ao ano, movimento puxado pela redução da taxa da conta garantia, para 100% ao ano, informou o BC.

A taxa de juros básica da economia (taxa Selic), que norteia o custo do dinheiro (captação dos bancos), caiu de 12,5% ao ano em agosto de 2011 para 7,5% ao ano no mês passado. Esse movimento reflete um esforço do governo para reduzir os juros no Brasil, seja cortando a Selic, seja pressionando os bancos a diminuírem a diferença entre o custo de captação do banco e quanto ele cobra dos clientes – o spread bancário.

Como os bancos também reduziram seus custos de captação (spreads) no mês passado em meio ponto percentual, esse patamar chegou a 22,5 pontos percentuais. Esse patamar é 5,3 pontos percentuais inferior ao observado um ano atrás.

Pagamentos em atraso

O número de brasileiros que não conseguem pagar suas dívidas em dia se manteve estável. A inadimplência média permanece em 5,9% em agosto após leve alta em julho. Ou seja, o brasileiro consegue quitar os empréstimos que toma. Enquanto o indicador relativo às operações com pessoas físicas permaneceu em 7,9% no mês passado, o calote de mais de 90 dias aumentou para a pessoa jurídica, ao passar de 4% para 4,1%.

O calote também está diminuindo para financiamentos de veículos. O Banco Central registrou queda tanto na inadimplência que foi reduzida de 6% para 5,9%, como nos atrasos de 15 a 90 dias, de 7,9% para 7,7%.

Nas operações destinadas a pessoas físicas, os empréstimos pessoais cresceram 1,6% no mês e 16,9% em 12 meses, somando R$ 275 bilhões. Essa categoria foi impulsionada pelo crédito consignado.

Os financiamentos para aquisição de veículos, em linha com os resultados expressivos das vendas, estimuladas pela redução do IPI, registraram incrementos de 1,2% no mês e 13,5% em 12 meses, atingindo saldo de R$ 186 bilhões. Já nas modalidades para pessoas jurídicas, as operações de capital de giro (para garantir a compra e reposição de estoques), tiveram volume de R$ 344 bilhões, com alta de 1,2% no mês e 17,9% em 12 meses.

 

Giselle Chassot, com informações das agências de notícias e da assessoria de imprensa do Banco Central

 

Veja abaixo a íntegra da nota do Banco Central

 

 

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