Juros para o consumidor brasileiro são os mais baixos

Dados do BC mostram que os juros para pessoas físicas são os baixos da série histórica. Em 12 meses, a queda foi de 9,6 pontos percentuais.

O consumidor brasileiro pagou, em junho, a taxa de juros mais baixa da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em julho de 1994. A taxa caiu 2,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior e ficou em 36,5% ao ano. No caso das empresas, houve redução de 1,2 ponto percentual, 23,8% ao ano. Em maio, a taxa média cobrada das pessoas físicas ficara em 38,8%. Em 12 meses, a queda na taxa média cobrada foi de 9,6 pontos percentuais.

Os dados mostram mais uma vez o sucesso da estratégia adotada, em abril, pelo Governo Federal, quando a presidenta Dilma Rousseff determinou que os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – liderassem a redução dos juros, forçando a concorrências – instituições financeiras privadas – a fazerem o mesmo. Além disso, contribuiu também para os números positivos a consecutiva redução da taxa básica de juros – a Selic -, hoje em 8%, promovida pelo BC para estimular a atividade econômica interna.

Segundo o BC, a queda na taxa de financiamentos para veículos foi destaque no mês, recuando de 23,4% a.a. em maio para 20,7% no mês passado. A taxa do cheque especial também recuou no mês, passando de 169,5% para 167,1% ao ano. Já no crédito pessoal a taxa passou de 41,4% para 36,9%. Nos créditos a empresas, a taxa média decresceu para 23,8%, a taxa mais baixa desde dezembro de 2007.

A inadimplência (como são considerados os atrasos superiores a 90 dias) também caiu -0,1 ponto percentual tanto para empresas quanto para pessoas físicas – a taxa de inadimplência ficou em 7,8% e das empresas, em 4%. O mesmo também ocorreu com o chamado spread bancário (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes), que caiu 2 pontos percentuais para 28,5 pontos percentuais. O spread das operações com empresas teve redução de 0,9 ponto percentual, para 15,9 pontos percentuais.

Recorde de crédito

As operações de crédito do sistema financeiro também tiveram resultado positivo, mantendo o ritmo de expansão similar ao observado no mês anterior, “em linha com o desempenho moderado da atividade econômica”. O volume de crédito oferecido pelos bancos atingiu R$ 2,167 trilhões em junho – um novo recorde histórico.

O valor representa uma alta de 1,5% na comparação com o mês anterior, e expansões de 6,8% no semestre e 17,9% em doze meses. A elevação da oferta de crédito veio dos bancos públicos: a participação das instituições financeiras públicas no total da carteira de crédito subiu para 45,1%, enquanto a dos bancos privados nacionais e estrangeiros recuaram, respectivamente, para 38% e 16,9%.

Segundo o BC, o saldo total de crédito bancário equivale a 50,6% do PIB, comparativamente a 50,1% no mês anterior e 46,1% em junho de 2011.

Os empréstimos a pessoas físicas alcançaram R$ 688 bilhões, com acréscimos de 0,9% no mês, 5,7% no ano e 14,4% em doze meses, destacando-se as contribuições dos financiamentos de veículos e do crédito pessoal.

Leia a íntegra da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do SFN à Imprensa

Com agências onlines

Foto: G. Ferreira

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