Não há margem para controversas: apesar de todas as dificuldades que o governo brasileiro tem enfrentado desde 2008, quando eclodiu a crise financeira que até hoje causa efeitos devastadores nas economias de países ricos e pobres, o Brasil privilegiou os investimentos para evitar o que se tornou a maior praga trazida pela crise: o desemprego.
A opção pelo caminho correto aparece novamente na pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE) apontando que o mercado de trabalho brasileiro registrou, em 2013, a maior taxa de formalização de sua história: 58% a população ocupada. Olhando-se pelo retrovisor, em 2004, por exemplo, essa taxa era de apenas 45,7%, como mostra o Síntese de Indicadores Sociais (SIS), de 2014, do próprio IBGE.
Traduzindo em números absolutos, isso quer dizer que, em 2004, o número de trabalhadores formais era de 37,4 milhões, número que cresceu 47,8% nos últimos quatro anos encerrados em 2013. Já a população ocupada em trabalhos informais teve uma redução de 10,1%, passando de 44,5 milhões para 40 milhões (42,0%).
Outro dado relevante é o de que, entre as pessoas em trabalhos informais, 62% tinham até oito anos de estudo, mais de 70% eram empregados sem carteira ou por conta-própria e 27% estavam na agricultura.
O perfil das pessoas em trabalhos informais indica uma proporção um pouco maior de mulheres nesta condição (42,7%). Contudo, a distância entre as taxas por sexo se reduziu nos últimos anos. Em 2004, o percentual de homens e mulheres em trabalhos informais era 52,6% e 56,7%, respectivamente. Em 2013 essa diferença era cerca de um ponto percentual (41,5% e 42,7%, respectivamente).
Em 2013, cerca de 45% dos jovens de 16 a 24 anos ocupados estavam em trabalhos informais. Entre os idosos no mercado de trabalho este percentual era ainda maior (69%). Quase metade das pessoas de 16 anos ou mais de cor preta ou parda ocupadas estavam em trabalhos informais (48,7%). Na população ocupada branca, este percentual era de 34,7%.
O rendimento-hora da população ocupada de 16 anos ou mais aumenta com a escolaridade. Em 2013, em média, a hora trabalhada da população ocupada com até 4 anos de estudo era R$7,10, enquanto para aqueles com 12 anos ou mais de estudo, era de R$28,24 (4 vezes maior).
Por região
Em 2013, o rendimento médio da população ocupada em trabalhos informais correspondia a 57% do rendimento da população ocupada em trabalhos formais. No Piauí, essa relação foi de 36%, a maior desigualdade entre todos os estados.
As regiões Norte e Nordeste registraram, em 2013, percentuais de formalização abaixo da média nacional na década passada (40,2% e 39,7%, respectivamente). Por outro lado, as regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores percentuais de pessoas em trabalhos formais (67,4% e 67,8%, respectivamente).
Mas nos últimos nove anos, a desigualdade caiu, pois a variação do rendimento médio dos informais foi de 51,8%, percentual superior ao dos formais (26,7%). O maior avanço do rendimento médio da população ocupada em trabalhos formais ocorreu na região Nordeste (34,6%). No Rio Grande do Norte, a variação foi a mais elevada do país (54,4%). No caso da população ocupada em trabalhos informais, a maior variação do rendimento médio foi na região Centro-Oeste (62,8%).
Com Portal Brasil e IBGE
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