Lançado plano de R$ 18 bi para prevenção e resposta a desastres naturais

A presidenta Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira (08/08) o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, que prevê investimentos de R$ 18,8 bilhões  em obras de prevenção e resposta imediata aos desastres naturais.  O Plano tem quatro pilares de sustentação: prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta e resposta a desastres. O programa também inclui o mapeamento de áreas de risco e a estruturação de um sistema de monitoramento de áreas de risco. Do total de recursos R$ 15,6 bilhões deverão ser destinados para obras de contenção de encostas, drenagem urbana e construção de sistemas urbanos de abastecimento de água em Estados do Nordeste e no semiárido.

Somados aos R$ 27,6 bilhões já contratados entre 2007 e junho deste ano, o aporte global pelo para o setor chega a R$ 46 bilhões. Os recursos serão investidos até 2014. Mais de 820 municípios foram selecionados como prioritários pelo alto risco de deslizamentos, enxurradas e inundações. Estas cidades serão mapeadas e terão planos de intervenção, com identificação da vulnerabilidade das casas e obras de infraestrutura.

“Vamos elaborar esses planos para fornecer informações para que estados e municípios possam prever e apresentar projetos de outras obras de prevenção que ampliem os recursos já disponibilizados pelo Governo Federal”, explicou o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.

Pelo menos R$ 2,6 bilhões serão investidos em medidas para aumentar a capacidade de resposta dos estados e municípios aos desastres. Bezerra explicou que o governo tem gasto “muito” com reconstrução. Pelas contas do ministro, nos últimos quatro anos, foram destinados para isso, em média, R$ 1,1 bilhão por ano.

A forte seca no Nordeste é o principal problema previsto. A maior parte dos recursos está sendo investida em obras para garantir oferta de água e prevenir inundações, que somam, segundo o ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro, R$ 15,6 bilhões.

“O dinheiro está sendo usado em contenção de encostas, drenagens, adutoras, e sistemas de abastecimento de água”, disse ele. Deste total, foram selecionados projetos que totalizam R$ 6,5 bilhões em projetos de obras em municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí e Rio Grande do Norte.

No Semiárido, os investimentos voltados para redução do risco de desastres naturais serão usados em obras de construção de sistemas de captação, distribuição e armazenamento de água potável para enfrentamento dos efeitos da seca.

O plano prevê que as cidades mais vulneráveis passem por obras de contenção de encostas, drenagem urbana e controle de inundações com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Algumas destas regiões, como a região serrana do Rio de Janeiro têm sofrido frequentes problemas. Assim como o Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e a região metropolitana de Belo Horizonte, além de todo o Nordeste com a seca”, explicou o ministro, acrescentando que algumas obras já estão em andamento em estados como a Paraíba e Bahia.O desastre fluminense foi provocado por chuvas fortes que são comuns a cada início de ano.

O plano ainda inclui investimentos para a Força Nacional de Apoio Técnico de Emergência  e a mobilização da Força Nacional de Segurança no apoio aos estados e municípios para acelerar a recuperação e socorro nestas cidades afetadas.

Segundo o planejamento do Governo Federal, os repasses de recursos para ações de socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais aos estados e municípios serão agilizados com mudanças no Cartão de Pagamento de Defesa Civil, Quando ocorrerem desastres, ainda serão disponibilizados recursos para construção de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida.

Monitoramento
Entre os R$ 362 milhões destinados a medidas de monitoramento, está incluída a melhoria do atual Sistema de Monitoramento e Alerta, com ampliação da rede de observação e da estruturação do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)  e do Centro Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério da Integração.

Todos os estados terão salas de situação para monitoramento hidrológico pela Agência Nacional de Águas (ANA), que vão viabilizar os alertas de possíveis ocorrências de desastres nas áreas de risco mapeadas.

No setor da saúde, o governo prevê, em dois anos, capacitar 12 mil profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), formar 30 equipes de plantão e estruturar hospitais de campanha e estoques permanentes de materiais e medicamentos para atender até três desastres simultaneamente.

Com informações da Agência Brasil

Foto: Roberto Stuckert

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