Golpistas não vão conseguir evitar que força tarefa investigue seus paresO desenrolar previsto pelos golpistas para o afastamento da presidenta Dilma Rousseff já contabiliza, no mínimo, um revés. Eles não vão conseguir evitar que as investigações da Operação Lava Jato respinguem em peemedebistas e tucanos de alto quilate. Nesta quarta-feira (25), o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki homologou a delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que faz citações sobre o possível envolvimento da cúpula do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. A notícia foi divulgada pelas edições online da Folha de S.Paulo, O Globo e do Valor Econômico.
Na sequência, a Procuradoria-Geral da República deve pedir a abertura de novos inquéritos. Também nesta quarta-feira, uma nova gravação de áudio divulgado pela Folha de S.Paulo causou rebuliço entre os políticos. Ela revela como os golpistas se movimentam para tentar barrar as investigações da Operação Lava- Jato, antes de serem tragados pelo redemoinho.
Se na segunda- eira (23), o alvo foi o agora ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, na edição desta quarta-feira do jornal paulista, o grampeado foi Renan Calheiros (PMDB-AL). Outra “vítima” dos grampos seria o ex-presidente José Sarney.
Renan defende a mudança na lei de delação premiada para impedir que um investigado se torne delator. A conversa foi gravada em março, antes, portanto do afastamento da presidenta e quando o ex-presidente da Transpetro estava negociando delação premiada com a força-tarefa. Outro detalhe: Machado é afilhado político de Renan.
Agora, a Procuradoria-Geral da República pode usar a colaboração de Machado para pedir a abertura de novos inquéritos da Lava Jato e para incluir detalhes em investigações que já estão em andamento no Supremo, além de poder pedir que trechos de eventuais menções de pessoas sem foro privilegiado sejam analisados pelo juiz Sérgio Moro, no Paraná.
Delatores como Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Fernando Baiano, Ricardo Pessoa apontaram Renan como destinatário de propina desviada da Transpetro. Há ainda citações sobre o envolvimento de Machado, que teria aceitado a delação com receio de ser preso, segundo informa a imprensa..
Delação
Em um dos diálogos reproduzidos pela Folha de S.Paulo, Renan sugere que poderia “negociar” com membros do STF “a transição “ da presidenta. Em outro trecho, Machado sugeriu “um pacto”, que seria “passar uma borracha no Brasil”. Renan responde: “antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa, porque aí você regulamenta a delação.
A mudança defendida pelo peemedebista, se efetivada, poderia beneficiar Machado. Ele procurou Jucá, Renan e o ex-presidente José Sarney (PMDB) porque temia ser preso e virar réu colaborador.
“Ele está querendo me seduzir, porra. […] Mandando recado”, disse Machado a Renan em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
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