O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, atendeu, na tarde desta sexta-feira (27), aos pedidos da CPMI que vai investigar a rede criminosa de Carlos Cachoeira e do Conselho de Ética do Senado, onde rola o processo contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) por quebra do decoro parlamentar. O atendimento ao pedido da CPMI já era esperado, mas pairavam dúvidas sobre a solicitação do Conselho de Ética, formulado pessoalmente pelo presidente do Conselho senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), pelo relator do processo, Humberto Costa (PT-PE) e por Wellington Dias (PT-PI), integrante do Conselho. Mas, com base em ação precedente do próprio STF, o ministro Levandowski liberou, mantendo o caráter sigiloso, todo o inquérito da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, repleto de degravações de telefonemas que trouxeram à opinião pública a real relação de amizade e cumplicidade do senador Demóstenes Torres com Carlos Cachoeira e sua rede de contravenção.
Da mesma forma, a Comissão de Ética da Câmara, que investiga as mesmas relações suspeitas dos deputados Carlos Aberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO), com Cachoeira. Lewandowski, no entanto, manteve o caráter sigiloso do inquérito, o que deverá ser respeitado pelas comissões.
O liberação do inquérito ao Senado ocorreu dois dias após a entrega da defesa de Demóstenes Torres formulada por seus advogados. Vários trechos da peça alegam ilegalidade na divulgação das degravações pela imprensa, questionando a suposta utilização desses textos pelo relator Humberto Costa. Sua previsão era a de entregar o relatório na próxima quinta-feira (03/05). O parecer pode ser votado no dia 8 de maio.