Conversa com o Presidente

Liberação de armas era para “agradar ao crime organizado”, aponta Lula

Durante a live Conversa com o Presidente, nesta terça-feira (25/7), chefe do governo também defendeu fechamento dos clubes de tiro

Ricardo Stuckert

Liberação de armas era para “agradar ao crime organizado”, aponta Lula

Lula, ao condenar armamentismo de Bolsonaro no Conversa com o Presidente: "As pessoas não querem violência"

O presidente Lula defendeu, nesta terça-feira (25/7), o fechamento da maioria dos clubes de tiro no país e a manutenção apenas dos que são utilizados pelas Forças Armadas e pelas polícias militar e civil. Durante a live Conversa com o Presidente, Lula afirmou que as ações de Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro para expandir esses clubes e liberar o acesso a armas de fogo tinha o objetivo de “agradar ao crime organizado”.

“Nós temos que ter claro o seguinte: por que que um cidadão quer uma pistola 9 mm? Por que ele quer? O que ele vai fazer com essa arma? Vai fazer coleção? Vai brincar de dar tiro? Porque, no fundo, no fundo, esse decreto de liberação de armas que o presidente anterior fez era para agradar ao crime organizado, porque quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro”, disse Lula, em conversa com o jornalista Marcos Uchôa.

Segundo o presidente, os trabalhadores estão mais preocupados em ter condições de comprar alimentos, material escolar para os filhos e brinquedos para as crianças. “Então, como é que as pessoas que trabalham vão comprar fuzil, vão comprar rifle, vão comprar dez pistolas, doze pistolas, quinze pistolas?”, questionou o presidente. “As pessoas não querem violência”.

Os clubes de tiro se espalharam pelo país e, hoje, funcionam como comitês do bolsonarismo e da violência, sobretudo política. Nos últimos quatro anos, o governo passado autorizou a abertura de uma unidade do tipo por dia. Dados do Exército obtidos pelo portal g1 via Lei de Acesso à Informação apontam para 1.483 registros concedidos de 2019 a 2022.

Durante a live, Lula afirmou que não vê como empresário quem mantém um clube de tiro, em razão dos prejuízos causados pelo armamentismo à segurança dos brasileiros, o que inclui, além da violência, o desvio de armas para milícias e outras organizações criminosas.

“Eu já disse para o Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos, só deixar abertos aqueles que são da Polícia Militar e do Exército, ou da Polícia Civil. É a organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro, não é a sociedade brasileira. Nós não estamos preparando uma revolução. Eles tentaram preparar um golpe, nós não”, disse o presidente, em referência aos atos golpistas de 8 de janeiro, perpetrados por bolsonaristas inspirados pelo ex-presidente da extrema direita.

Segundo Lula, a prioridade do seu governo é fortalecer a democracia, com a ampliação da participação popular na política, na educação, na cultura e em outros segmentos. “Então, para quê arma?”, questionou o presidente. “Eu sou totalmente contra. Eu quero que você saiba que o Brasil vai melhorar no dia que a gente entrar na era do livro, na era da cultura, que é o que nós estamos fazendo, agora, com a Lei Paulo Gustavo e com a Lei Aldir Blanc”, pontuou, em referência a duas normas de incentivo à cultura.

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