Líder aposta no entendimento e acredita que vetos-bomba também serão mantidos

Líder aposta no entendimento e acredita que vetos-bomba também serão mantidos

Humberto: “Recebemos muitos apoios do campo da oposição, parlamentares que agiram movidos por um profundo dever republicano”Apenas algumas horas depois da sessão do Congresso que garantiu a manutenção de todos os 16 vetos da presidenta Dilma Rousseff analisados pelos plenários de Senado e Câmara, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), já apostava na construção de um entendimento para que também sejam mantidos os seis restantes. Para Humberto, sem riscos de novos sobressaltos, o mercado teria indicativos positivos sobre a saúde financeira da economia. “Dessa forma, ganham todos os interessados e, especialmente, ganha o Brasil”, disse.

Ele comemorou, da tribuna do Senado, a mobilização que permitiu levar a sessão de apreciação dos vetos até as duas e meia da madrugada desta quarta-feira (23), “para dar uma significativa contribuição do Legislativo à retomada do crescimento sustentado do Brasil”. E reforçou a decisão de muitos parlamentares de oposição, que se juntaram aos esforços dos governistas e, movidos pelo que chamou de “espírito republicano”, entenderam a necessidade de manter as despesas públicas equilibradas.

“Muitos deputados e senadores de oposição atenderam à voz da consciência e ao chamado à responsabilidade e foram altivos ao mostrarem que são adversários políticos do governo e não do país”, comemorou, lembrando que muitos dos congressistas ocuparam cargos no Executivo e têm noção do que significa comandar cidades ou estados com contas no vermelho e sem qualquer perspectiva de retomada do crescimento.

“Quero registrar aqui que não houve vitoriosos ou derrotados entre governo e oposição nessa sessão que realizamos da noite de ontem à madrugada de hoje. Só houve, de fato, um ganhador: o Brasil”, afirmou, destacando que a pauta-bomba, desarmada na madrugada desta quarta, continha um poder devastador de R$ 128 bilhões sobre as contas públicas nacionais e enterraria qualquer possiblidade de reação da economia brasileiras.

“Isso enterraria de vez, qualquer capacidade de reação brasileira em busca do seu reequilíbrio fiscal e da retomada do crescimento”, disse Humberto. Ele esclareceu que vetar partes ou mesmo a íntegra de projetos de lei aprovados pelo Congresso é uma atribuição da Presidência da República. “O veto é uma prerrogativa constitucional do Chefe do Executivo, previsto no artigo 84 da nossa Lei Maior, que não pode ser tratado como um desrespeito ao Legislativo, mas, antes de tudo, como uma chamada aos parlamentares para nova reflexão sobre as razões que levaram àquela norma a não ser acatada, seja total, seja parcialmente”, destacou.

O líder disse que o que estava em debate não era a justiça das propostas aprovadas pelo Legislativo e depois vetadas pela presidenta Dilma, mas a oportunidade de colocá-las em vigência num momento em que o país precisa se unir no esforço de enfrentar as dificuldades econômicas. “Para algumas, como a do reajuste dos servidores do Judiciário federal ou a da aplicação da política de valorização do salário mínimo aos benefícios de aposentados e pensionistas, há até certa justiça no pleito. O que não há, infelizmente, é a oportunidade, são as condições para que as aprovemos neste momento”, reforçou.

Humberto concluiu apelando para a consciência e a busca de um entendimento para que, já na próxima sessão do Congresso, “nós possamos assegurar a manutenção desses vetos finais, dar novos sinais positivos ao mercado sobre a saúde financeira da nossa economia e, finalmente, trabalharmos juntos por alternativas viáveis às propostas que foram vetadas”.

Giselle Chassot

 

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