“Falo, aqui, de uma pauta consistente, de debate político elevado, que transcende o discurso raso em que alguns querem impor ao País”, conclamou o líder petista, que criticou duramente “os que seguem investindo no golpismo, agora baseado em análises dos cíclicos índices de aprovação e popularidade do Governo”, numa referência à pesquisa DataFolha divulgada no último final de semana e segundo a qual o governo Dilma foi avaliado negativamente por 44% dos entrevistados.
Humberto lembrou que mesmo com a queda nos índices da pesquisa, Dilma, neste primeiro ano de segundo mandato, ainda tem mais prestígio do que tinha Fernando Henrique Cardoso no primeiro ano do seu segundo mandato. “Se querem usar irresponsavelmente um escândalo de corrupção e uma pesquisa de opinião pública negativa para pedir o impedimento de um governante, que os parlamentares não esqueçam, também, de usar o caso do ‘trensalão’ tucano e a última pesquisa do Datafolha para usar, também, contra o recém-empossado governador de São Paulo, Geraldo Alckmin”, desafiou.
“Então, quero conclamar, aqui, os agentes políticos deste País, muitos deles se dizendo investidos no papel de porta-vozes da sociedade, mas que não vociferam, aqui, nada além do que a fala histérica de seus correligionários golpistas, gente que, ainda hoje, chama a ditadura de revolução, como hoje mesmo tive a oportunidade de ver nos jornais: que tenham responsabilidade e gosto pelo trabalho em que foram investidos pelos eleitores”, pediu o petista.
Entre os temas elencados pelo parlamentar como fundamentais para a sociedade, estão a convalidação do ICMS e o aprofundamento das discussões sobre a reforma tributária, com a finalidade de pôr fim à guerra fiscal e dar equilíbrio entre os entes federativos. Além disso, o senador vê com urgente a necessidade de correção no sistema político vigente. “Não é mais possível, por exemplo, que sigamos assentindo ao financiamento de campanhas políticas por empresas privadas, mãe de tantos males ao processo eleitoral”.
Desenvolvimento inclusivo
Humberto ainda destacou os ajustes adotados no início do segundo mandato de Dilma como necessários para que o país siga no caminho do desenvolvimento inclusivo, iniciado pelo ex-presidente Lula, ao invés das medidas que afetaram de forma negativa a vida dos brasileiros durante a gestão tucana.
O senador lembrou que o Brasil enfrenta uma das mais duradouras crises internacionais dos últimos tempos e, em razão disso, tem adotado medidas necessárias para o controle da inflação. Ele exemplificou, no entanto, que mesmo com a alta do preço do combustível – que permaneceu “congelado por meio de subsídios diretamente concedidos via Petrobras”. O país teve um crescimento nominal de 95% nos seus investimentos em educação. “Se por um lado há adequação de tributos a novos patamares, por outro chegamos ao menor índice de desemprego da nossa história, confirmados pelos números do IBGE de hoje”, disse.
Todas as ações adotadas pelo governo federal foram tomadas, de acordo com Humberto, para resguardar a inclusão social, a renda e os empregos de todos os brasileiros, ao contrário de mais de uma década atrás, “quando o arrocho nos mais pobres era feito para alegrar a meia dúzia de mais ricos deste país”.
“O negócio era garantir os lucros do andar de cima para que ele ajudasse o Governo – com todos os meios de que dispunha, entre eles os de comunicação – a manter sob controle o andar de baixo. Este, hoje, é o inconformismo da casa grande: os ajustes vêm para todos e não vão ser descontados totalmente na conta dos mais pobres”, criticou o parlamentar.
Fomento à economia
Ainda este ano, o governo federal enviará para o Congresso um projeto com regras de transição entre o Simples Nacional e os demais regimes tributários para micro e pequenas empresas, como forma de fomentar o crescimento desses que representam 99% das empresas brasileiras, geram mais de 60% dos empregos e respondem por 27% do PIB nacional. Segundo Humberto, esta será “mais uma grande medida para darmos dinamismo econômico ao Brasil, criarmos mais empregos e avançarmos no desenvolvimento inclusivo, que é um caminho sem volta para nós”.
O senador pediu aos parlamentares que façam um esforço coletivo em favor de uma pauta positiva para o país. Para ele, é preciso o máximo de diálogo entre os pares e um entendimento de “alto nível”, para que se alcance o que os brasileiros aspiram do Congresso Nacional: “ações práticas que resultem em melhora das condições de vida de toda a sociedade”.