O líder do PT, Walter Pinheiro (BA), defendeu nesta quinta-feira (09/02), em discurso no plenário do Senado, a abertura de uma grande e decisiva discussão sobre a segurança no País. Segundo ele, a crise com os policiais militares baianos e as amplas negociações promovidas pelo governador Jaques Wagner (PT) para solucionar o confronto sem uso da força ou qualquer tipo de violência fortalecem a certeza de que é necessário ampliar o debate sobre o tema “para que possamos definir em que condições essa estrutura deve funcionar para garantir ao cidadão que existe um Estado preocupado com a sua segurança”.
De acordo com o líder, as horas passadas tentando encontrar um meio de lidar com a situação deixaram uma grande lição: “Atravessamos uma prova de fogo que serve também para que compreendamos que precisamos sair disso e resolver essa questão sem partidarismo, cumprindo nosso papel como Legislativo para que todos nós possamos discutir esse grave problema que é a segurança do cidadão brasileiro”, observou.
Walter elogiou o comportamento firme e “de profunda inteligência emocional” do governador baiano. “Ele levou em conta as vidas que estavam lá (na Assembleia Legislativa da Bahia, onde um grupo de policiais em greve se reuniu) e lembrou que a Assembleia Legislativa é a sede de outro Poder”, disse. E destacou que, nos momentos mais duros da crise, era importante que, mesmo com a ausência de policiais e com a ajuda da Força Nacional, fosse garantida a segurança dos cidadãos baianos.
“Nossa preocupação não era com o Carnaval amanhã, mas com a segurança hoje”, enfatizou o líder. Ao final, Walter enfatizou que, embora a greve ainda não tenha sido suspensa, a expectativa do governo baiano é que a solução para o impasse saia ainda hoje.
“Faço um apelo aos policiais para que deem uma demonstração de amor ao povo baiano e eu tenho a certeza de que esses policiais saberão dar o tom”, disse, destacando que, para quem participou das negociações, “fica a certeza de que devemos olhar para essa classe (dos policiais) com cuidado muito maior e também devemos tratar a segurança com mais cuidado”.
O líder petista foi aparteado pelo senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) que lembrou ter passado por situação muito semelhante quando governou o Estado. “Não foi uma questão só da Bahia. Ninguém está livre de passar por isso”, destacou.
Maldaner elogiou o comportamento sereno do governador baiano. “É preferível duas horas de diálogo a que cinco minutos de tiroteio”, afirmou. Segundo o senador catarinense, Wagner deu uma demonstração de paciência. “Não houve vencedores nem perdedores nessa história e agora temos que debater a questão profundamente; debater a estrutura da segurança no País”, disse.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também destacou a importante contribuição do governador e a atuação do líder petista para que as ameaças de que o vandalismo seria instalado no estado da Bahia não se concretizassem.
Giselle Chassot
Assista o discurso do senador
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