Entre os pontos cruciais que devem ser mudados numa reforma política, o líder listou o fim do financiamento de campanha, que é considerado a matriz da corrupção, já que seu implacável combate está na contida da mensagem presidencial. Segundo Humberto Costa, é necessário que o Congresso tome uma decisão rápida sobre o financiamento de campanha política. Outros pontos a serem definidos estão a fidelidade partidária; o fim das coligações proporcionais; o estabelecimento de algum tipo de cláusula de desempenho e uma discussão do sistema eleitoral, “de maneira que nós possamos modernizar já que a todos parece estar ultrapassado”.
Sobre à sinalização dada pela presidenta Dilma Rousseff de que deseja uma parceria entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, Humberto Costa disse que esse posicionamento reafirma o compromisso do governo com alguns pontos relevantes, como as medidas econômicas que vão garantir o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a recuperação da credibilidade da política econômica.
“Essa é uma preocupação que a presidenta Dilma manifesta há muito tempo, de que o Brasil precisa fazer reformas, a política, a tributária, além daquilo que sempre fez parte de nosso compromisso, ou seja, que é a implementação das políticas sociais”, afirmou. Para o líder, que mais cedo participou da solenidade de abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, o discurso do presidente daquela corte, ministro Ricardo Lewandowski, também foi relevante pelo momento que o Brasil está vivendo. “O ministro mostrou a relevância que é a independência e autonomia, mas também a harmonia que deve existir entre os três poderes da República”, disse.
Humberto Costa minimizou as críticas vindas da oposição e repetidas à exaustão em alguns jornais, de que Dilma fez um discurso na campanha e adotou outra postura depois de eleita, num verdadeiro xororô. “Se a oposição estivesse à frente do governo, com certeza estaria tomando medidas semelhantes. Nós tivemos no discurso da presidenta durante a campanha o compromisso de fazer o que fosse necessário para combater a inflação; restabelecer o equilíbrio fiscal e recuperar a credibilidade de nossa política econômica para incentivar os investimentos. E é isso que ela está fazendo. Eu acredito que a oposição neste momento tem que pensar mais no país e menos no seu projeto de poder”, salientou.
Recompor base
O líder do PT no Senado foi instado a falar sobre como a presidenta Dilma via a eleição, no dia anterior, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados. “Não posso falar sobre os passos que a presidenta vai tomar, ou que a articulação do governo vai tomar. Com toda certeza é preciso recompor a base de sustentação na Câmara. É preciso melhorar ainda mais dentro do Senado Federal e eu tenho certeza que a presidente tem consciência disso e deve mobilizar seus ministros para isso”, observou.