Líder do PT apresenta pedido de abertura da CPI da Rede Criminosa

O líder do PT, Walter Pinheiro, apresentou, nesta terça-feira, no plenário do Senado, pedido para que a direção da Casa reencaminhe ao Supremo Tribunal Federal (STF) nova requisição do inquérito da Polícia Federal sobre a operação Monte Carlo. A solicitação – feita dois dias após o ministro Ricardo Lewandowski ter negado acesso ao Conselho de Ética do Senado – visa esclarecer as eventuais dúvidas que ainda podem restar acerca do relacionamento entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o explorador de jogos eletrônicos ilegais, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

 Pinheiro citou um precedente, de 2000, quando a mais alta Corte do País atendeu ao pedido do mesmo Conselho de Ética e liberou documentos que foram posteriormente incorporados ao processo de cassação do então senador Luiz Otávio (PA).
Mesmo que o Supremo indefira novamente  o pedido do Conselho de Ética, disse o líder do PT, fundamenta-se ainda mais o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada à investigação da rede criminosa de informações e negócios escusos montada por Carlos Cachoeira – sem prejuízo para o processo de cassação aberto na tarde de hoje no Conselho.

Para o líder do PT, o acesso aos documentos da operação Monte Carlo é essencial para o Senado tomar conhecimento das reais dimensões da rede criminosa montada a partir da exploração ilegal de jogos eletrônicos. O Legislativo, disse, não pode e não deve limitar as investigações das denúncias sobre a rede montada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira ao simples objetivo de cassar um mandato. “É preciso desvendar todo o esquema criminoso”, exortou Walter Pinheiro.
“Quebra de decoro, quem analisa é o Conselho de Ética. A Comissão Parlamentar de Inquérito que defendemos deve investigar a rede de negócios e a rede de informações montada pelo contraventor. O Poder Legislativo e, particularmente o Senado Federal”, afirmou, “assume a responsabilidade de pedir, de uma vez por todas, as informações oficiais sobre o caso, que circulam já há muito tempo em diversos veículos de comunicação do País”.
Pinheiro antecipou ainda que o texto de um requerimento já está sendo acordado entre representantes do Senado e da Câmara para, possivelmente, viabilizar investigações conjuntas com a Câmara dos Deputados.

Defendendo que há muito mais a ser investigado, além dos vazamentos pontuais que têm sido publicados pela imprensa, Pinheiro citou que “as denúncias envolvem um senador, deputados, membros de governos e de outras esferas de poder, e é preciso uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito CPMI para investigá-las”, defendeu. 

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