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A reação raivosa dos opositores ao governo petista para o pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff no Dia do Trabalhador chamou a atenção do senador Humberto Costa (PT-PE). Ao refletir sobre os queixumes, o líder do PT no Senado traçou nesta quarta-feira (7), da tribuna do plenário, um paralelo entre os dois últimos governos do Brasil e conclui que a ira é resultado de “um profundo mal-estar dos adversários”, diante dos resultados das gestões petistas.
“Na época em que governava o Brasil, o PSDB, ia à televisão para falar de crise econômica, crise financeira, criação de multas e impostos, racionamento de energia elétrica, em razão dos tantos apagões que assolavam este País”, recordou Humberto. “Nos nossos governos, não. O que sempre pautou as falas do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma foram os interesses da população, como: o pagamento de toda a dívida ao FMI, a redução nas tarifas de energia elétrica, os avanços nas políticas de gênero e de igualdade racial”, comparou.
Na avaliação de Humberto, o PSDB não tem o quê apresentar e aposta numa perseguição contra Dilma. A mais nova acusação é a de propaganda eleitoral antecipada porque a presidenta anunciou, no último dia 30, em rede nacional, a correção da tabela do imposto de renda em 4,5% para 2015 e a atualização dos benefícios do Bolsa Família em 10% para mais de 36 milhões de brasileiros. “Ações sobre as quais o PSDB, por exemplo, jamais conseguiria falar, porque, quando foi governo, nunca corrigiu a tabela do imposto de renda e não entende de Bolsa Família”, afirmou.
Dois “Brasis”
Em sua análise, o líder petista levantou dados que mostram um país completamente diferente depois de um intervalo de 11 anos. Humberto Costa citou, por exemplo, que a média de desemprego de 12,6% sob a gestão de Fernando Henrique Cardoso, atualmente encontra-se em 4,6% – percentual equivalente a um quarto; que a taxa de juros que era de 25% e hoje está em 11%; e que a inflação, antes superior a 9% nos anos de tucanato, encontra-se dentro da meta durante toda a gestão do PT.
A economia é fonte de outros números reveladores. O Brasil deixou de ser um devedor, para tornar-se credor. A dívida externa era 557% superior às reservas do Banco Central no governo anterior, percentual que nos dias atuais chega a 81,5%. O PIB de R$1,2 trilhão, que colocava o País na 13ª posição entre as economias do mundo, em 11 anos alcançou os R$4,14 trilhões e elevou o Brasil à condição de sétima economia global.
Em 2002, quando entregou o governo, o PSDB deixou para os trabalhadores um salário mínimo de R$ 200, que equivaliam a U$86. Em 2014, o salário mínimo alcançou os R$724,00, ou aproximadamente U$300,00 – um aumento real de 74%. “É o maior poder de compra registrado para o salário mínimo no Brasil desde 1979”, enfatizou o senador.
Com um olhar especial para os problemas sociais do País, o PT promoveu uma verdadeira transformação no Brasil. Humberto ressaltou a abertura de 1,5 milhões de vagas em ensino superior e em cursos profissionalizantes em instituições internacionais; a criação de 20 milhões de postos de trabalho; e o investimento de R$ 312 bilhões na construção de casas para a população.
“Nas gestões do PSDB, do senador Aécio Neves, a redução da desigualdade social no Brasil foi de somente 2%. Nos nossos governos, o Brasil mudou pra melhor, mudou para se tornar socialmente mais justo ao reduzir a desigualdade em mais de 12%, com 36 milhões de brasileiros deixando a linha da extrema pobreza, graças a programas como o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Brasil Sem Miséria e tantos outros programas de elevado alcance social. A renda média dos trabalhadores cresceu 30% e, atualmente, temos um Brasil em que mais da metade da população é de classe média”, frisou.
As medidas impopulares de Aécio
Humberto Costa ainda rebateu fala do senador Aécio Neves, que, durante um jantar reservado com banqueiros e outros representantes da elite brasileira, sinalizou que a adoção de medidas impopulares. O petista sugeriu ao pré-candidato à cadeira presidencial que falasse abertamente sobre suas propostas, para que a população tenha como decidir se quer voltar a ser “motivo de chacota e discriminação internacional” ou seguir avançando.
“Que medidas impopulares são essas, candidato a presidente? Nós vamos voltar para o desemprego? Nós vamos voltar para o arrocho salarial? Nós vamos voltar para o crescimento da desigualdade? Nós vamos voltar para o descontrole da inflação? Nós vamos voltar para o crescimento da dívida externa? Nós vamos voltar para o crescimento das taxas de juros? Diga o que são essas medidas impopulares para que o povo brasileiro possa julgar o perfil da nossa presidenta e o perfil dos que pretendem elegê-lo candidato, elegê-lo Presidente da República”, finalizou.
Catharine Rocha
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