Ele se referiu às atitudes do pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, que aplaudiu as agressões afirmando que a presidenta “colheu o que plantou”, frase repetida pelo também presidenciável do PSDB, Aécio Neves, “num discurso aparentemente coordenado com seu colega Campos”. Também o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho, da Força Sindical, aliado de Aécio, usou, segundo Humberto, “linguajar tão rasteiro como o dos agressores”, afirmando que “o povo mandou a presidenta para o lugar que tinha que mandar”. Aécio mudaria de discurso, em seguida, diante da constatação de que a postura de ódio havia sido mal recebida pela expressiva maioria da população brasileira.
“Aquela cena, largamente festejada pela oposição, envergonhou a ampla maioria dos brasileiros, que seriam incapazes de insultar alguém com palavrões e expressões tão chulas, ditas diante de câmeras para o mundo todo e assistidas, inclusive, por crianças”, lembrou Humberto. Para o senador, o apoio de Campos e Aécio à intolerância de uma minoria de espectadores foi um gol contra: “Estimular o ódio e fazer política no submundo da baixaria, dos ataques e da desqualificação dos adversários são atos que não honram a disputa de um cargo tão importante como o de presidente da República”, avaliou o líder petista.
As agressões à presidenta, para Humberto, expressaram “o violento preconceito de uma minoria de brasileiros incomodada com governos que promoveram a ascensão social de quase 80 milhões de cidadãos na última década”. Ele destacou, entretanto, que entre os que insultaram a presidenta no estádio, não há uma única pessoa cuja vida tenha piorado nesses últimos doze anos. “A baixaria no Itaquerão, organizada por aqueles bem-nascidos, demonstra o desprezo pelo contraditório e reproduz, de certa forma, a repulsa e o espírito violento que a casa grande dispensava à senzala no passado”.
O senador elogiou a postura da presidenta Dilma, “que reagiu com a mais profunda dignidade àqueles ataques torpes” e enfatizou que ali ela não era uma candidata à reeleição, mas sim a chefe de Estado e que as agressões a ela envergonharam o País diante do mundo. “Esse tipo de atitude vem exatamente porque a Copa está aí e, ao contrário de tudo o que queria a oposição, ela está sendo um sucesso”, afirmou, lembrando o malogro do discurso agourento da oposição: “Todos os estádios ficaram prontos. Não houve racionamento de energia. Não houve caos aéreo. Nada, enfim, do que desejavam os nossos adversários aconteceu”.
Pelo contrário, destacou o senador: “À exceção do déficit civilizatório de raivosos abastados, tudo tem feito do mundial no Brasil um enorme sucesso”. Humberto citou as incontáveis manifestações tanto da imprensa esportiva internacional quanto dos milhares de turistas estrangeiros de aprovação à organização e ao clima do Mundial e destacou a atitude dos brasileiros, que “têm dado um espetáculo de civilidade, receptividade, hospitalidade e carinho” aos visitantes, ao mesmo tempo em que torcem pelo Hexa Campeonato do Brasil. “Só quem torce contra o nosso país é, realmente, a oposição”, constatou.
Cunho eleitoreiro
Aníbal: falta de educação da minoria contrasta com eficiência da organização do evento
O senador Aníbal Diniz (PT-AC) também ocupou a tribuna de honra para lamentar os insultos à presidenta Dilma. Para ele, os xingamentos tinham como finalidade confundir e insuflar ódio da turma do “quanto pior, melhor”, na ânsia de prejudicar o PT nas eleições de outubro. Mas, na avaliação do senador, as ofensas refletem apenas um vexame à altura de seus autores.
“Vitórias eleitorais são construídas com propostas, debates sobre grandes temas, realizações e votos. Jamais pela intensidade dos insultos e ofensas. Que não existem propostas concretas do outro lado da disputa, isso já é sabido. Mas que falta civilidade justamente a essa parcela tão privilegiada da sociedade, isso apenas ficou claro no último dia 12, num evento mundial. É uma pena!”, afirmou Aníbal Diniz, em discurso no plenário.
O petista avaliou que “a falta de educação” verificada dentro estádio “se choca com a organização de evento que funcionou com elevado nível de eficiência.” Aníbal destacou que, na contramão do propagado caos para acessar estádio na abertura da Copa, havia ônibus dos aeroportos e da rodoviária para as estações de trens e metrô que faziam conexões até o estádio, com as placas de sinalização com as orientações indispensáveis e a solicitude dos voluntários para ajudar aqueles que precisavam de informação adicional.
Diniz ainda se permitiu fazer uma reflexão como torcedor e pediu que a seleção se apresente mais focada no jogo contra Camarões, na próxima segunda-feira (21). “Se tem uma dica é que o Brasil retome o espírito daquele futebol jogado na conquista da Copa das Confederações, no ano passado. É preciso jogar marcando o adversário sob pressão, não deixando espaços para os adversários crescerem aqui no Brasil”, finalizou o senador, desejando boa sorte aos jogadores e ao técnico Luiz Felipe Scolari.