Em defesa da Petrobras

Lideranças reagem ao anúncio da venda de ativos da Petrobras

Jean Paul Prates denunciou que venda de ativos da empresa está sendo feita sem nenhum diálogo
Lideranças reagem ao anúncio da venda de ativos da Petrobras

Foto: Reprodução

A Petrobras anunciou no início da noite dessa segunda-feira (24) a venda de 26 ativos – sendo 23 marítimos e 3 terrestres – localizados na Bacia Potiguar, no Rio grande do Norte. Entre os bens ofertados, está a Refinaria Potiguar Clara Camarão. O documento intitulado “Oportunidade de Investimento em Campos Terrestres e de Águas Rasas no Brasil” contempla, ainda, a oferta de bases operacionais em Mossoró e Alto do Rodrigues, um sistema submarino com 273 quilômetros de duto de distribuição, porto e heliporto.

O conjunto de concessões ofertado compreende o Polo Potiguar, que inclui três sub-polos: Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana, além de incluir a infraestrutura de produção e escoamento que atende esses subsolo, e o ativo industrial localizado no município de Guamaré. A produção médio do Polo Potiguar no ano de 2020 foi de 23 mil barris de óleo, sendo 97% da produção em terra e 3% offshore (no mar), além de 124 mil m3/d de gás.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, criticou a decisão e denunciou que a venda dos principais ativos da empresa em todo o país está sendo feita sem nenhum diálogo com os governos estaduais ou a sociedade.

“Não podemos permitir que a Petrobras venda tudo e saia do Rio Grande do Norte. Isso não é matéria ideológica ou questão de opinião, muito menos de ‘pagar pra ver’ se o investimento privado dará conta dos atuais compromissos da petroleira com a sociedade potiguar”, afirmou o parlamentar em sua conta no Twitter.

Segundo Prates, a ameaça de saída da Petrobras revela o grande plano antidemocrático conduzido pelo governo Bolsonaro com o propósito de acabar com a soberania nacional e vender a toque de caixa um patrimônio do povo brasileiro. O senador afirmou que a relevância do assunto exige reações no campo judicial e institucional. “Acionaremos novamente a Justiça e vamos ao Senado contra esse desmonte”, concluiu.

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também foi às redes sociais para comunicar sua indignação com a decisão da gestão da estatal de negociar seus ativos e informou que não foi sequer comunicada do fato. Fátima garantiu que vai tentar reverter a situação: “Vamos convocar uma reunião de urgência com a nossa bancada federal e solicitarei uma audiência junto à diretoria da Petrobras”.

Para a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) o anúncio da saída da Petrobras representa um ataque brutal contra o povo potiguar. “A empresa, que é um patrimônio nacional, possui papel estratégico no desenvolvimento regional, com geração de empregos e riquezas para o estado. Lutaremos contra esse retrocesso!”, disse.

Os deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores, Francisco do PT e Isolda Dantas, também manifestaram apoio à permanência da estatal em solo potiguar e criticaram o processo de desmonte, que poderá trazer impactos negativos bastante severos para a economia potiguar, principalmente para o município de Mossoró e região. A vereadora de Natal, Divaneide Basílio (PT), também manifestou sua indignação nas rede sociais.

Em nota, o Sindipetro-RN alertou que “milhares de postos de trabalho próprios e terceirizados, diretos e indiretos, já foram ceifados e agora com mais esse golpe outros milhares de empregos serão perdidos e cerca de 1000 trabalhadores próprios serão impactados diretamente com transferências e demissões involuntárias”.

Na avaliação do Sindicato dos Petroleiros, ao se permitir que a Petrobras ceda os direitos de exploração de campos de petróleo, a economia potiguar, já enfraquecida pelos processos de vendas anteriores, sofrerá um impacto ainda maior, com graves consequências no âmbito econômico, político, social, cultural e ambiental, com destaque para a perda de receitas, royalties e de projetos voltados a ações de cidadania e, principalmente, a perda de empregos num momento em que a economia do país está arrasada devido a pandemia do Covid-19.

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