Lindbergh alerta para possível agravamento da crise política e econômica

Lindbergh alerta para possível agravamento da crise política e econômica

Lindbergh: “Não existe ilícito de Eduardo Cunha
sem participação de Michel Temer”Em pronunciamento ao plenário nesta sexta-feira (8), o senador Lindbergh farias (PT-RJ) atacou duramente a incoerência do discurso do governo golpista, que agora apresenta uma meta de déficit orçamentário ainda maior do que a proposta anteriormente: o rombo, em 2017, será de R$ 194 bilhões. “Eles estão falando em R$ 139 bilhões, porque acreditam em R$ 55 bilhoes de novas arrecadações ou de impostos ou, então, de concessões, de privatizações”, observou.

O senador também alertou para o agravamento da crise política e disparou: “Não existe Eduardo Cunha separado de Michel Temer. Não existe ilícito de Eduardo Cunha sem participação de Michel Temer. Era uma coisa só. Era um grupo político só, completamente colado”.

Lindbergh ressaltou que a crise que os golpistas diziam combater está se agravando cada vez mais, pois “há um grande fator de instabilidade: são as novas delações e a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha”, disse, assegurando que o clima existente no Palácio do Planalto atualmente é de temor.

Ele acredita que o que está por trás da renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara é um grande acordo para salvar o mandado do deputado e ainda assegurar que Temer siga à frente do Palácio do Planalto. “Eles estão fazendo isso para salvar a própria pele. Eu não tenho dúvida em afirmar isso”.

“A verdade é que o Presidente interino Michel Temer está sendo chantageado, porque, como nós dissemos desde o começo, Eduardo Cunha é quem manda no Michel Temer. Nós sabemos que a relação entre eles é muito próxima. Não existe Eduardo Cunha separado de Michel Temer. Não existe ilícito de Eduardo Cunha sem participação de Michel Temer. Era uma coisa só. Era um grupo político só, completamente colado”.

Lindbergh endossou a tese do advogado de defesa da presidenta Dilma Rousseff, Eduardo Cardozo, de que houve desvio de finalidade no afastamento do governo eleito porque, “que o objetivo de muitos parlamentares que votaram no impeachment da Presidenta Dilma era tentar paralisar as investigações e criar uma nova maioria que diminuísse a ação da Lava Jato”, afirmou.

Ele sustenta que se Cunha for cassado, será preso, juntamente com sua mulher, a ex-jornalista Cláudia Cruz. “Se ele for preso e sua mulher também, ele vai fazer uma delação. Se fizer uma delação, acabou o Governo do Temer; o Temer não fica mais na Presidência da República,” cravou.

Política econômica
O discurso do (des)governo Temer é incoerente com o que pratica e quem acusou a presidenta Dilma Rousseff de irresponsabilidade fiscal segue agora por um caminho muito mais perigoso. O anúncio da meta fiscal pela equipe econômica interina reforça a impressão de que o governo legítimo, que foi afastado, foi vítima de um golpe ardiloso.

“Acusaram a presidenta sob o argumento da falta de responsabilidade fiscal em 2015, ano em que houve o maior contingenciamento da história do País  – 80 bilhões feito pelo ministro (da Fazenda, Joaquim) Levy. E agora vem primeira meta de RS 170 bilhões (de déficit fiscal), estranhou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

Para o senador, em momentos de crise, quando as empresas não estão investindo, “se o Estado não investir mais para puxar a iniciativa privada, a economia não reage”, explicou , acrescentando que, em momentos de desaceleração econômica, é preciso pensar em investimentos responsáveis.

“A responsabilidade fiscal também virou um mantra, como se o PT ou nossos governantes não tivessem responsáveis fiscalmente. E não é verdade. O que nós não aceitamos é que a conta de um desajuste no Orçamento público fique para os mais pobres”, disse.

O parlamentar defendeu que não é possível fazer qualquer ajuste orçamentário que penalize os mais pobres, os aposentados e os trabalhadores que recebem salário mínimo. Também não é justo atacar o Sistema Único de Saúde. Todas essas alternativas estão na pauta do governo golpista.

 

Giselle Chassot

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