“Acho que não há motivo para esse carnaval. |
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) vê com otimismo a situação econômica do Brasil e considera fundamental a participação da iniciativa privada nos investimentos públicos. No entanto, destacou ser preciso que os órgãos públicos exerçam seu poder de moderação e regulação, sobretudo em relação ao grave problema da mobilidade urbana. “Não é possível se perder três ou quatro horas no trânsito”, disse.
A análise sobre a conjuntura econômica do país foi apresentada hoje, no evento “EFE Café da Manhã”, promovido pela agência de notícias espanhola EFE, no Hotel Windsor, em Copacabana, Zona Sul do Rio. O senador é o terceiro da série de encontros promovidos pela agência, que já recebeu a ex-senadora Marina Silva e a ministra do Desenvolvimento da Espanha, Ana Pastor.
Para uma plateia composta de empresários e investidores nacionais e estrangeiros, além de jornalistas, Lindbergh citou dados econômicos que revelam não haver motivos para uma onda de pessimismo, citando como argumentos o controle da inflação, sempre dentro da meta estabelecida pelo governo, a redução da dívida líquida e o aumento das reservas da União.
“Acho que não há motivo para esse carnaval. Muito se fala sobre a inflação, mas a inflação no Brasil está controlada. Estamos dentro da meta. Quero desconstruir esse discurso. Nos últimos anos, nós não saímos da meta estabelecida nenhuma vez”, afirmou o senador, destacando números como o da inflação, que era de 9,3% em 2003, e passou para 5,85%. Citou também números comparativos das reservas da União, que cresceram de 38 R$ bilhões em 2003 para R$ 370 bilhões em 2013.
O senador também defendeu a continuidade dos investimentos estrangeiros, enaltecendo o crescimento, que passou de R$ 10 bilhões em 2003 para R$ 62 bilhões este ano. “Só em investimento direto estrangeiro, passamos de R$ 48 bilhões em 2010, sendo o oitavo no mundo, para R$ 65 bilhões em 2012, sendo o quarto no mundo, só perdendo para Estados Unidos, China e Hong Kong.
Lindbergh ainda destacou o crescimento dos consumidores de classe média no país, que passou de 25 mil há dez anos para os atuais 42 mil. “Houve uma maior distribuição de renda, O Brasil hoje já é um país majoritariamente classe média”, afirmou.
Mesmo fazendo um quadro positivo da conjuntura, o senador reconheceu que há desafios a serem enfrentados, como a redução da carga tributária que, segundo ele, é “algo complexo e que assusta o empresário”, e a maior qualificação da mão de obra. “Hoje, só 12% dos jovens de
O senador afirmou que na área educacional é preciso que haja mais avanços para que não ocorram discrepâncias, citando o fato do município de Campos, no estado do Rio, que recebe cerca de R$ 1 bilhão em royalties do petróleo, mas que ocupa a última posição no ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Lindbergh comentou as manifestações nas ruas, ocorridas em todo o país em junho e julho, afirmando que o povo está exigindo mudanças. “A saúde está precária, o povo está exigindo mudanças”. O senador lembrou seu passado como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em que os jovens foram às ruas em 1992 pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.
O senador conclamou os empresários a investirem no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro, enfatizando que o país apresenta uma sólida democracia, em que os poderes constituídos são respeitados. “Ao contrário de outros países emergentes, como Rússia e Índia, onde isso não ocorre”. Ele finalizou ressaltando a importância do investimento privado nas questões urbanas, mas desde que haja moderação e regulação. “Trinta por cento da população da Baixada Fluminense sofre com a falta d’água. E a participação da iniciativa privada nestas questões é fundamental”, afirmou.
Fotos: Alex Mendes
Assessoria de Imprensa do senador Lindbergh Farias