Senado quer saber explicações do Governo sobre as providências tomadas e quer ouvir Glen Greenwald, do The Guardian, que entrevistou Snowden
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A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado aprovou, no início da tarde desta terça-feira (9), convites aos ministros da Defesa, Celso Amorim, das Relações exteriores, Antonio Patriota, das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Secretaria de Segurança Institucional, José Elito Siqueira, para uma audiência pública que esclareça as providências que vêm sendo adotadas pelo Governo do Brasil em relação à violação de sigilo de comunicações eletrônicas e telefônicas de cidadãos brasileiros praticada pelo governo dos Estados Unidos e denunciada pelo ex-agente americano Edward Snowden.
Também foram convidados a participar da audiência o embaixador norte-americano em Brasília, Thomas Shannon, o correspondente do jornal britânico The Guardian, Glen Greenwald — um dos responsáveis pela revelação da espionagem, a partir de entrevistas feitas com Snowden — e um representante da empresa Google. A audiência pública será realizada nesta quinta-feira (11).
Ainda foi aprovado o Requerimento de Informações apresentado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre a notícia de que, em 2002, agências americanas teriam montado em Brasília uma base de espionagem. O requerimento de Lindbergh é dirigido aos ministros da Justiça e da Defesa e ao chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. “É preciso que fique claro para o povo brasileiro se o governo da época teve conhecimento dessa rede de espionagem. Eu, sinceramente, espero que não”, afirmou o senador.
A CRE aprovou, ainda, um voto de censura ao governo norte-americano proposto pelos senadores Lindbergh e Roberto Requião (PMDB-PR) e
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uma moção apresentada por Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Eduardo Suplicy (PT-SP apoiando o pedido de asilo político feito por Edward Snowden ao governo brasileiro. “Snowden colocou sua vida em risco e provavelmente será perseguido pelo resto de seus dias para revelar esse esquema de espionagem que afeta milhões e milhões de cidadãos em todo o mundo”, afirmou Lindbergh Farias, defendendo a concessão de asilo ao ex-agente americano.
“Não tenho dúvida de que esse jovem americano vai entrar para a história como um defensor das liberdades democráticas”, avaliou Lindbergh. “Snowden prestou um serviço ao Brasil e a todas as nações onde esses direitos [ao sigilo e à privacidade] estão sendo violados”, lembrou Eduardo Suplicy.
Cyntia Campos
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